Categoria Geral  Noticia Atualizada em 09-03-2015

Em meio à audiências da Lava Jato, Justiça recebe faixas e l
Praça em frente à Justiça Federal, em Curitiba, amanheceu decorada. Nesta segunda-feira (9), são ouvidas testemunhas da Galvão Engenharia.
Em meio à audiências da Lava Jato, Justiça recebe faixas e l
Foto: g1.globo.com

A Praça Pedro Alexandre Broto, que fica em frente à Justiça Federal, em Curitiba, amanheceu nesta segunda-feira (9) repleta de faixas e laços amarelos em apoio ao juiz Sérgio Moro. Ele é o responsável, em primeira instância, pelas ações penais da Operação Lava Jato que desvendou um esquema bilionário de corrupção e desvio de dinheiro da Petrobras.

As faixas têm mensagens como "A Justiça é nossa esperança" e "Laço de apoio à Justiça no Brasil". Não se sabe quem foi o responsável pela manifestação.
Nesta manhã, a Justiça Federal retoma as oitivas com testemunhas das ações penais da Lava Jato. Prestam depoimento testemunhas de defesa e acusação arroladas para o processo envolvendo a Galvão Engenharia. As testemunhas são ouvidas via videoconferência diretamente de São Paulo.
Executivos da empresa são acusados de por lavagem de dinheiro, corrupção e formação de organização criminosa. De acordo com o Ministério Público Federal (MPF), o valor de corrupção foi de aproximadamente R$ 50 milhões, e o valor envolvido na lavagem de aproximadamente R$ 5 milhões. Na denúncia, o MPF pede o ressarcimento de aproximadamente R$ 256 milhões.
A semana começa também com os reflexos da divulgação da lista de políticos que serão investigados pelo Supremo Tribunal Federal (STF). A Polícia Federal (PF) deverá iniciar novas diligências. Ao todo, são 21 inquéritos para investigar indícios do envolvimento de 49 pessoas - das quais 47 políticos.

A participação de autoridades com foro privilegiado no esquema investigado pela Operação Lava Jato foi revelada em delações premiadas do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa e do doleiro Alberto Youssef.

O Paraná tem três políticos sob investigação: os deputados federais Dirceu Sperafico (PP) e Nelson Meurer (PP) e a senadora e ex-ministra da Casa Civil Gleisi Hoffmann (PT).

Segundo o Ministério Público Federal (MPF), o doleiro Alberto Youssef citou Sperafico em depoimento e disse que ele fazia parte de um grupo de parlamentares de seu partido que recebiam entre R$ 30 mil e R$ 150 mil por mês de propina.

Sperafico se disse surpreso o ver seu nome na lista dos 47 políticos suspeitos de participação no esquema. Ele afirma nunca ter tido contato com Youssef e Paulo Roberto Costa. Disse ainda não ter contato com empreiteiras e destacou ser, no Congresso Nacional, atuante na área de agronegócio.

Sobre Meurer, Youssef teria afirmado em depoimento que o deputado recebeu R$ 4 milhões para financiamento de campanha em 2010. O parlamentar também faria parte do núcleo político do PP que recebia repasses de R$ 250 mil a R$ 300 mil mensais. O deputado não foi encontrado pela reportagem para comentar o assunto.

Já a senadora Gleisi foi citada em um depoimento de Paulo Roberto Costa. Segundo ele, houve pagamento indevido de R$ 1 milhão para a senadora, por meio do Youssef, a pedido do então ministro Paulo Bernardo, para "auxílio" na campanha ao Senado em 2010.

A ex-ministra disse ter ficado "triste", mas "tranquila" com a decisão. "A investigação é oportunidade de esclarecimento dos fatos e espero que seja a forma de acabar com o julgamento antecipado. Não conheço e jamais mantive contato com Paulo Roberto Costa e Alberto Youssef", disse.
Entenda a Lava Jato
A Operação Lava Jato começou investigando um esquema de lavagem de dinheiro e evasão de divisas que teria movimentado cerca de R$ 10 bilhões. A investigação resultou na descoberta de um esquema de desvio de recursos da Petrobras, segundo a Polícia Federal e o Ministério Público Federal.

Na primeira fase da operação, deflagrada em março deste ano, foram presos, entre outras pessoas, o doleiro Alberto Youssef, apontado como chefe do esquema, e o ex-diretor de Refino e Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa. A sétima fase da Lava Jato, deflagrada em novembro de 2014, teve como foco executivos e funcionários de nove grandes empreiteiras que mantêm contratos com a Petrobras em um valor total de R$ 59 bilhões.

Parte desses contratos está sob investigação da Receita Federal, do MPF e da Polícia Federal. Só na sétima etapa da operação, foram expedidos 85 mandados de prisão, de busca e apreensão e de condução coercitiva (quando o investigado é levado pela polícia para depor) em municípios do Paraná, de Minas Gerais, de São Paulo, do Rio de Janeiro, de Pernambuco e do Distrito Federal.

Segundo o Ministério Público Federal (MPF), a Lava Jato cumpriu 64 mandados de prisão, 201 de busca e apreensão e 55 de condução coercitiva. Ao todo, 150 pessoas e 232 empresas estão sob investigação da Procuradoria.

Fonte: g1.globo.com
 
Por:  Desirée Duque    |      Imprimir