Categoria Geral  Noticia Atualizada em 12-03-2015

Drama hypado "Dois Lados do Amor" tropeça em narrativa esque
É ambiciosa a estreia do diretor nova-iorquino Ned Benson. Aos 37 anos e com apenas três curtas na carreira, ele reuniu uma verdadeira constelação no projeto The Disappearance of Eleanor Rigby (“o desaparecimento de Eleanor Rigby”), lançado nos EUA em for
Drama hypado

Os dois primeiros, batizados Him e Her, narram os momentos seguintes à separação de um casal de 30 e poucos anos (James McAvoy e Jessica Chastain) a partir das perspectivas de cada um dos dois. O terceiro, Them, condensa ambos os pontos de vista. Foi exibido no Festival de Cannes e chega nesta quinta-feira aos cinemas brasileiros (é o único dos três a estrear por aqui), com o título Dois Lados do Amor.

Tudo é temperado com trilha moderninha (assinada pelo músico Son Lux), imagens de uma Nova York distante dos cartões-postais e uma fotografia escura a traduzir o clima de solidão e melancolia da canção dos Beatles referenciada no título original. Faltou dizer isso: Benson se inspirou em Eleanor Rigby para construir a trama, além de batizar a personagem principal com este nome.
Um acontecimento trágico foi determinante para o afastamento do casal. Isso, no entanto, só nos é relevado ali adiante, depois de assistirmos à tentativa frustrada de suicídio de Eleanor e seu "desaparecimento" da vida do ex. Disposta a fugir dele, ela volta a viver com os pais (William Hurt e Isabelle Huppert), retoma os estudos e se aproxima de uma professora (Viola Davis) que servirá de terapeuta informal com quem ela consegue compartilhar suas dores. Ele, enquanto isso, encontra amparo em um amigo chef de cozinha (Bill Hader) com quem realizou o sonho de abrir um restaurante.
Como se pode perceber, Dois Lados do Amor ambiciona dialogar com um público jovem, urbano e antenado, que se veja refletido em seus personagens principais. É, na verdade, uma obsessão de Ned Benson, revelada reiterativamente ao longo do filme. Não que os protagonistas sejam artificiais. Mas os diálogos e a própria estrutura narrativa são esquemáticos. E os personagens secundários, a exceção da professora, caricatos ou simplesmente inúteis.
É impossível, por exemplo, não lamentar o desperdício de talento ao ver Isabelle Huppert e sua indefectível taça de vinho à mão, à paisana, sem qualquer participação importante na trama.
É uma pena, porque James McAvoy e Jessica Chastain, especialmente ela, são bons. E o visual de um certo lado B de Nova York, muito interessante. A história da dupla, nesse cenário, é que não engrena.
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Dois Lados do Amor
De Ned Benson.
Drama, EUA, 2014, 123min.
Estreia nesta quinta-feira nos cinemas.
Cotação: 2 estrelas (de 5).
Fonte: Zero Hora

Fonte: boainformacao.com.br
 
Por:  Desirée Duque    |      Imprimir