Categoria Geral  Noticia Atualizada em 17-03-2015

Escombros de casas destruídas servem à proliferação da dengu
Despojos de residências embaixo da linha de alta tensão acumulam água
Escombros de casas destruídas servem à proliferação da dengu
Foto: www.diariodigital.com.br

Os despojos de casas destruídas quase na divisa do Bairro Cidade Morena com Nova Capital, na região leste de Campo Grande, têm servido de abrigo de focos do mosquito Aedes Aegypti, transmissor da dengue e da febre Chikungunya. Tal situação ajudou a colocar o bairro na liderança da infestação do mosquito. Conforme o Levantamento de Índice Rápido do Aedes Aegypti, o Lira, junto com as Moreninhas foram encontrados 20 focos na região, num Índice de Infestação Predial (IPP) de 5%, considerado de risco. As casas demolidas ficam embaixo da linha de alta tensão. É portanto, uma área de risco, impróprio para a presença popular. Os moradores foram removidos neste ano para residenciais construídos pela prefeitura. Na sequencia, houve a destruição dos imóveis para evitar novas ocupações. Porém, os despojos acabaram virando berçários para a fêmea do mosquito. Ontem pela manhã, equipes da Secretaria de Saúde já estiveram no local fazendo limpeza. À tarde, a reportagem do Diário Digital percorreu o local. Há garrafas pet abertas e cheias de água limpa. Vasos sanitários, baldes, bacias e outros recipientes deixados para trás também acumulam água limpa, compondo um cenário convidativo para o mosquito. "Nossas equipes já estiveram lá, limpando a região. Voltaremos até eliminar toda a situação que favoreça a proliferação do mosquito", explica o chefe do Setor de Controle de Vetores, Alcides Ferreira. Na lista crítica do Lira está ainda o Jardim Itamaracá também com 20 focos e 4,3 % de índice de infestação predial. Também é preocupante a situação do Bairro Santo Antônio com 14 focos, ou 3,1% de IPP. No Noroeste, foram 11 focos, com 2,9% de IPP. Já no Los Angeles e Lageado, o número de focos localizados foi 13, sendo 2,8% de IPP. Conforme Alcides Ferreira, estes locais estão sendo mapeados e receberão arrastões das equipes de saúde, especialmente da Coordenadoria de Controle de Endemias Vetoriais (CCEV), para eliminar os focos da dengue. Ele explica que o Lira é feito por amostragem. Porém, agora as equipes se organizarão para visitar todas as casas nestes bairros com maior infestação, mesmo aquelas que anteriormente ficaram de fora da visita durante o levantamento Lira. Segundo ele, as chuvas isoladas no mês de fevereiro, podem ser colocadas entre os principais fatores da proliferação dos focos. Porém, apesar dos fatores naturais e de eventuais falhas do poder público, o papel da população no combate à proliferação do mosquito continua sendo fundamental. O Lira apontou que 77,5% dos focos foram encontrados em residências. O comércio responde por 12,3% e os terrenos baldios por 8,1%. Dentro ou fora dos imóveis, as garrafas pet descartadas tem grande responsabilidade pela proliferação dos focos. No interior das residências, a preocupação é com o armazenamento de água. Foi constatado pelo levantamento que a população continua armazenando água para serviços de limpeza em caixas d´água e outros recipientes sem fechá-los adequadamente. "Outro problema continuam sendo, os recipientes com água para animais e as plantas aquáticas", observa Alcides. No total, o Lira apontou a existência de 286 focos nos cerca de 80 bairros pesquisados em Campo Grande, numa infestação predial de 1,9%, considerado índice de alerta. Apesar dessas constatações, Alcides Ferreira menciona que as notificações de casos suspeitos da dengue são menores que em 2014. Em janeiro do ano passado foram 689 casos contra 361 neste ano. Em fevereiro de 2014, foram notificados 614 contra 581 em 2015. Com base no Lira, o Ministério da Saúde colocou Campo Grande entre os 877 municípios brasileiros em alerta para a ocorrência de epidemias. Os municípios classificados como de risco apresentam larvas do mosquito em mais de 3,9% dos imóveis pesquisados. É considerado estado de alerta quando menos de 3,9% dos imóveis pesquisados têm larvas do mosquito; e satisfatório quando o índice está abaixo de 1% de residências com larvas do mosquito. Campo Grande, como já foi mencionado, apresentou índice de 1,9%

Fonte: www.diariodigital.com.br
 
Por:  Desirée Duque    |      Imprimir