Categoria Geral  Noticia Atualizada em 17-03-2015

Dilma Rousseff fala sobre protestos e cobrança das ruas e da
Governo ensaiou respostas depois da enorme manifestação de domingo. Sobre a corrupção, Dilma afirmou que elas não são restritas ao PT.
Dilma Rousseff fala sobre protestos e cobrança das ruas e da
Foto: g1.globo.com

Depois de enfrentar a maior manifestação de protesto desde a redemocratização, cobrado nas ruas e pela oposição, o governo ensaiou respostas na figura da presidente Dilma Rousseff.

A última reunião desta segunda (16) foi no Palácio da Alvorada com ministros do núcleo político, o presidente do PT, Rui Falcão, e o ex-presidente Lula. Nenhum deles conversou com a imprensa. De manhã, o primeiro recado do governo foi dado pelo ministro da Justiça.
"Os brasileiros precisam se sentir representados naqueles que formulam políticas, ter um sistema político que não seja porta de entrada para a corrupção e uma mudança que efetivamente seja pactuada, discutida, profundada para que situações em relação à corrupção, não se repitam", disse José Eduardo Cardozo.
Congresso
No Congresso, parlamentares de oposição criticaram a atitude do governo diante dos protestos.
"Se ela quer continuar governando com credibilidade e respeito, ela tem começar respeitando os movimentos e dando respostas convincentes à insatisfação que passa pela corrupção e que passa pelo mal governo", diz o senador José Agripino (DEM-RN).
O líder da minoria lembrou que o Congresso também tem de atuar. "Se o governo não oferecer resposta e se o Congresso não acompanhar, fazendo a leitura correta dessa mobilização, certamente esse movimento não saírá das ruas. O povo brasileiro está cansado, perdeu a paciência, não quer esperar a próxima eleição e deseja a mudança radical já", afirmou o senador Álvaro Dias (PSDB-PR), líder do PSDB no Senado.
Repercussão
Já no Palácio do Planalto, a presidente Dilma Rousseff dedicou parte do dia para falar sobre as manifestações de domingo (15). Ela destacou o caráter pacífico e democrático dos protestos, reafirmou o compromisso com o combate à corrupção e defendeu o corte de gastos que vem sendo feito pelo governo.

"O governo vai lutar por isso. O governo acha que a situação não pode ser tratada por ninguém na base do "quanto pior, melhor", nem na política, nem na economia. Há que se ter responsabilidade e nós temos a responsabilidade de lutar pela questão do ajuste e das correções. Se a gente tivesse um descontrole como muita gente tem, na nossa folha de pagamento, mas não temos. Isso já ocorreu no passado, mas agora nós não temos. Se a gente tivesse um desenfreio absoluto, nós não temos... Nós vamos de fazer uma correção, uma redução, agora, o país não quebra quando lá fora as coisas ficam mais voláteis, como estão agora, porque nós continuamos tendo uma quantidade expressiva de reservas", afirmou Dilma.
A presidente defendeu as medidas de estímulo que o governo tomou nos últimos anos, mas que agora foi obrigado a rever.
Perguntada se o governo faz autocrítica diante da insatisfação da população, a presidente falou em diálogo.
"Tem uma certa volúpia da imprensa em querer uma situação confessional. Não tem na minha postura nenhuma situação confessional. A atitude é de humildade porque você só pode abrir diálogo com quem quer abrir diálogo".
Sobre as denúncias de corrupção dentro do PT, Dilma afirmou que as fraudes não estão restritas ao partido.
"A corrupção não nasceu hoje. Ela não só é uma senhora bastante idosa nesse país, como ela não poupa ninguém. Ela não poupa. Pode estar em tudo quanto é área, inclusive no setor privado, agora, não vamos achar que tem qualquer segmento acima de qualquer suspeita", disse Dilma.

Fonte: g1.globo.com
 
Por:  Desirée Duque    |      Imprimir