Categoria Geral  Noticia Atualizada em 17-03-2015

Universitários de Blumenau protestam após corte de Fies na F
Cerca de dois mil estudantes solicitaram a retomada do financiamento. Representantes da universidade estão em Brasília para reunião com Fnde.
Universitários de Blumenau protestam após corte de Fies na F
Foto: g1.globo.com

Cerca de dois mil estudantes da Universidade Regional de Blumenau (Furb) fizeram uma manifestação na noite de segunda-feira (16) contra a suspensão da renovação e novos pedidos de financiamento das mensalidades através do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies).
A universidade possui atualmente 11 mil alunos. São 2,6 mil que financiam parcial ou integralmente o valor da mensalidade. "Eu estou frequentando as aulas, mas corro o risco de ficar inadimplente. Já são dois meses sem pagamento pela falta de renovação com o Fies", disse o presidente do DCE John Maicon Albanis.
Conforme o vice-reitor da universidade, Udo Schroeder, nesta terça-feira (17) o chefe do setor administrativo-financeiro da Furb está em Brasília para uma reunião com o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (Fnde), no Ministério da Educação.

Passeata
Alunos fizeram uma passeata com tambores, megafones e faixas na noite de segunda. Eles caminharam pelos corredores da universidade durante o período de aulas e bateram nas portas das salas para chamar mais estudantes para o manifesto.
"Como que eu vou pagar o que eu já usei. E como eu vou pagar a universidade? Vou ter que trancar? E o meu sonho de ser médica?", disse a estudante Danielle Thomaz. Depois de se reunirem em frente a biblioteca, os universitário fizeram uma passeata pela rua Antônio Da Veiga até a Praça do Estudante.

Posição da Furb
Schroeder esclarece que o reajuste anual do valor da mensalidade da universidade, que é integrante da Associação Catarinense das Fundações Educacionais (Acafe), foi de 8,59%. Para o MEC, somente estudantes de universidades com reajuste até o valor da inflação, de 6,4%, poderiam solicitar o financiamento.
"A decisão do MEC foi unilateral. Nosso reajuste inclui 6,59% de taxa de inflação calculada por parâmetros internos, 1% de crescimento vegetativo para pagamento de carreira de professores e 1% de investimento em equipamentos. O valor é necessário e o corte do financiamento compromete 40% do nosso orçamento", afirmou Schroeder.
Ação civil pública
Albanis afirma que os estudantes entraram com uma ação civil pública na Justiça Federal contra a União, para tentar reverter o quadro. Conforme o DCE, a União pediu 72 horas para se manifestar.
"A portaria publicada em fevereiro com mudanças no Fies é ampla. Com isso, o MEC tem total poder de ser arbitrário e cortar o benefício como entender. Já fizemos reuniões com a reitoria, com deputados estaduais, com conselho universitário e fizemos uma assembleia. Até agora não tivemos uma resposta de quando teremos o benefício", disse Albanis.
O estudante alega que a diminuição do reajuste poderia comprometer o ensino da universidade. "O valor foi readequado após aprovação em assembleia. O DCE foi contra o aumento, mas os demais membros acataram. Agora a universidade já realizou seu planejamento anual e o corte compromete o andamento das aulas", reforça.
O vice-reitor afirma que, caso não haja uma resposta do Fnde na reunião de Brasília nesta segunda, a ACAFE irá entrar com uma ação civil pública contra o MEC. O G1 tentou contato com o Fnde e não obteve retorno até a publicação desta matéria.

Fonte: g1.globo.com
 
Por:  Desirée Duque    |      Imprimir