Categoria Geral  Noticia Atualizada em 27-03-2015

Ébola sofreu menos mutações do que o esperado, diz estudo
O vírus ébola não está a mudar tão rapidamente quanto os cientistas temiam, uma boa notícia para o tratamento da doença e para evitar a sua propagação - é o que mostra um estudo divulgado esta sexta-feira.
Ébola sofreu menos mutações do que o esperado, diz estudo
Foto: diariodigital.sapo.pt

Pesquisas anteriores baseadas em dados limitados havia sugerido que o ébola estava a passar por mutações duas vezes mais rápido que no passado, disseram os cientistas num artigo publicado na revista Science.

Mas os cientistas que sequenciaram quatro amostras do vírus recolhidas no Mali entre Outubro e Novembro não encontraram alterações genéticas significativas em comparação com as amostras colhidas no início da epidemia, em Março de 2014.

«O vírus do ébola do actual surto na África Ocidental parece ser estável - ou seja, não parece sofrer mutações mais rapidamente do que os vírus em surtos anteriores, e isso é reconfortante», explicou Anthony Fauci, director do Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas (NIAID).

Testes de diagnóstico de ébola, anticorpos e vacinas experimentais baseiam-se na composição genética do vírus num determinado momento. Se ocorrer muita variação genética, o diagnóstico de formas novas e mutantes pode não ser possível e vacinas e anticorpos poderiam tornar-se ineficaz.
Mutações também poderiam potencialmente levar a sintomas mais graves ou a um vírus que se espalhe mais facilmente, disseram os cientistas.
Em Agosto, virologistas que estudavam 99 genomas virais de pacientes na Serra Leoa encontraram um grande número de mutações.
Mas no estudo publicado agora ficou claro que as amostras de ébola recolhidas no Mali são semelhantes às recolhidas noutro lugar no passado.
Os novos dados «dão ainda mais segurança de que uma estratégia de vacinação deve funcionar», afirmou Jim Kent, da Universidade da Califórnia em Santa Cruz, que criou um banco de dados do genoma do vírus ébola.

Mas Kristian Andersen, do Instituto Broad e co-autor do estudo anterior conduzido na Serra Leoa, advertiu que novos tratamentos e vacinas poderiam resultar em mutações de vírus que ajudarão o ébola a ficar mais resistente.
A epidemia de ébola já matou mais de 10.000 pessoas na África Ocidental - de quase 25 mil infectados - desde o início de 2014, principalmente na Libéria, Serra Leoa e na Guiné-Conacri.

Fonte: diariodigital.sapo.pt
 
Por:  Ludyanna Ferreira    |      Imprimir