Categoria Opinião  Noticia Atualizada em 06-04-2015

Só pode ser brincadeira
“Lugar de criança é presa na Escola (das 8h às 17h) e sendo torturada por aulas de matemática, português, ciências, música, teatro, geografia, química, física ou tomando banho de sol enquanto fazem educação física”, Sérgio Vaz.
Só pode ser brincadeira
Foto: Reprodução

Enquanto o congresso brinca com assunto sério lembrei quando fazia recortes na escola. Hoje, na era do estresse não há tempo para ferramentas lúdicas, quiçá algum apologista da punição extrema aos menores usar o cérebro. Pensei em voltar à infância, mas até sonhar com isso está ficando perigoso.

Li vários artigos sobre o assunto e separei alguns pontos que, acredito, serem relevantes ao assunto. Um deles é a frase do advogado Ariel de Castro Alves, membro do grupo Tortura Nunca Mais de São Paulo e do Movimento Nacional de Direitos Humanos onde diz que "a privação de liberdade é sempre a forma mais cara de tornar as pessoas piores".

Há um discurso de ódio presente na sociedade brasileira e, segundo a professora de Ética da Unicamp Yara Frateschi, que proferiu palestra na CPFL com o tema "Leviatã de Hobbes e as lógicas da força e da punição", o exemplo desse ódio é manifestado na proposta da redução da maioridade penal.

Falar que é falta de informação parece ironia em tempos pós-modernos, mas filtrá-las é a questão. Pior ainda são os que se acham os donos das bolas de gude. Pensam (ou não) que prisão educa (só lá na China, literalmente).

Imaginem um adolescente na prisão. E daí? Como estão as condições dos presídios brasileiros? Alguma criança poderá aprender e se reeducar num sistema que não oferece nenhuma condição? O sujeito é preso e fica trancado por dez anos. Entra com 16 e sai com 26 graduado em 286, pós em 121, mestre em 157 e Phd em 33. Quem entra pelo canudo é o prisioneiro e toda a sociedade vai sofrer com a formatura.

Já diz a canção: "ôh, crianças! Isso é só o fim".

Fonte: O Autor
 
Por:  Roney Moraes    |      Imprimir