Categoria Geral  Noticia Atualizada em 18-04-2015

Calma! Medina não desaprendeu a surfar e vai voltar a vencer
Gabriel Medina não vive um de seus melhores momentos no surfe . Longe disso. Nono colocado no ranking, podendo ainda perder mais posições com o término da etapa de Margaret River, o atual campeão mundial sofre para engrenar na nova temporada e não sabe o
Calma! Medina não desaprendeu a surfar e vai voltar a vencer
Foto: esportes.terra.com.br

Não podemos crucificar o começo de temporada do brasileiro. É verdade que, com o título mundial, criou-se muita expectativa sobre o jovem de apenas 21 anos, mas os torcedores precisam ter um pouco mais de paciência com Medina . É óbvio que as precoces eliminações não agradaram, mas é preciso avaliar as circunstâncias de cada uma das três primeiras etapas para se chegar a alguma conclusão.

Gold Coast

Na primeira etapa, na Gold Coast australiana, além de ser o único brasileiro a avançar diretamente para a terceira rodada, ele teve o melhor desempenho da rodada de estreia: passou por Wiggolly Dantas e Dane Reynolds com um somatório de 18,30.

Depois de a organização adiar por nove vezes seguidas o retorno da competição, Gabriel voltou para água contra Glenn Hall, e não teve sucesso. Apesar de surfar boas ondas, conseguindo uma pontuação até maior que o irlandês, o brasileiro acabou eliminado em por uma interferência polêmica . Os juízes alegaram que Medina atrapalhou Hall quando o rival era dono da prioridade. Os dois discutiram na água antes de a WSL anunciar que o atual campeão estava eliminado.

Na entrevista pós-bateria, Medina reclamou da interpretação dos árbitros , deu uma resposta atravessada para o adversário e ainda protestou contra a decisão de voltar para o mar com uma condição ruim das ondas. As declarações lhe geraram uma multa, que não teve o valor divulgado.

Bells Beach

Gold Coast ficou no passado. Bola para frente: Bells Beach. Na segunda etapa, também na Austrália, Medina não se abalou com as polêmicas anteriores e, mesmo sem boas ondas, bateu os anfitriões Matt Banting e Joe Van Dijkc na primeira rodada. No terceiro round, avançou sobre o havaiano Mason Ho. Chegou na quarta parcial novamente contra dois australianos e, dessa vez, acabou superado por Joel Parkinson e Owen Wright. Foi sua primeira derrota, de fato, na temporada. Como não era uma fase eliminatória, teve a oportunidade de ressurgir, e o fez em alto nível. Encarou o 11 vezes campeão mundial Kelly Slater e venceu após um duelo emocionante até os últimos minutos .

Dessa vez parecia que ninguém seria capaz de parar o atual campeão. Mas só parecia. Sua alegria acabou nas quartas de final, quando encarou Adriano de Souza. Mineirinho, como é conhecido, escolheu as melhores ondas e não deu chance para Medina . O compatriota ainda bateu Josh Kerr na semifinal e acabou empatando na decisão com Mick Fanning, perdendo o título nos critérios de desempate.

Margaret River

Gabriel Medina não teve sorte na primeira rodada da terceira etapa do Cicuito Mundial de Surfe . Ao lado do "anjo da guarda" Alejo Muniz - brasileiro que contribuiu diretamente com o título do ano passado e acabou sendo convidado para Margaret River - e de Freddy Patacchia Jr., o atual campeão não conseguiu ter um bom desempenho e foi vítima de um mar fraco e com poucas ondas aproveitáveis. Marcou apenas 3,96 e e foi superado pelo havaiando, que também teve uma pontuação baixa: 4,30.

Na repescagem, pegou Jay Davies, australiano que nunca esteve na elite e que entrou como convidado nessa etapa. Perdeu. Mas não vá pelas "aparências". Natural da pequena cidade de Busselton, o surfista de 28 anos cresceu surfando em Margaret River e provou isso dentro da água. Não só eliminou Medina, com 15,17 contra 7,67, como também mandou para casa mais cedo o compatriota Mick Fanning, tricampeão mundial, com uma atuação de gala nas ondas tubulares.

E aí?

É claro que o desempenho ainda não é o esperado, mas ainda não é o momento para entrar em parafuso e fazer conclusões precipitadas sobre o talento de Medina. Com apenas 21 anos, ele ainda passará por um processo natural de amadurecimento e, certamente, voltará a vencer no Circuito Mundial. Vale lembrar que Kelly Slater, ele mesmo, o maior de todos os tempos, foi campeão pela primeira vez em 1992, sofreu no ano seguinte (até com algumas lesões), e só depois conseguiu engrenar de fato. O americano, que já derrotado pelo prodígio brasileiro nesta temporada, também faz questão de sempre elogiar o rival e acredita que se existe alguém capaz de igualar seus feitos, esse alguém é Medina. Então, vamos ouvir a lenda, dar tempo ao tempo e confiar no retorno do campeão.

Fonte: esportes.terra.com.br
 
Por:  Desirée Duque    |      Imprimir