Categoria Geral  Noticia Atualizada em 24-04-2015

Estudante ganha bolsa na NASA por criar solução para crise h
A crise hídrica que vive São Paulo, e que também açoita regiões de uma ponta a outra do globo, serviu de inspiração para Mariana Vasconcelos, estudante de 23 anos, que acabou de ganhar um concurso de inovação por ter inventado um sistema que ajudará os ag
Estudante ganha bolsa na NASA por criar solução para crise h
Foto: www.msn.com

O projeto de Vasconcelos consiste em modernizar os cultivos ao instalar nas plantações sensores que mandem informação através da internet sobre a quantidade necessária de água e o momento certo para regar. "Com os dados fornecidos pelos sensores, nós geramos recomendações e dizemos ao agricultor quanto e quando tem que regar, a umidade do ambiente, as probabilidades de pragas do cultivo, o gasto de água e energia da plantação...", explica Vasconcelos. "As medições desses elementos já existiam, mas nunca ninguém pensou em medir tudo junto e interpretar todos esses fatores como um todo, personalizado para cada tipo de plantação", acrescenta.

O prêmio, promovido pela faculdade de tecnologia Fiap, levará a estudante até o Vale do Silício, na Califórnia, para estudar na Singularity University, uma universidade sediada em um centro de investigação da NASA e patrocinada por Google e Nokia, entre outras. O concurso, porém, é apenas um trecho do caminho que Vasconcelos pretende percorrer com sua invenção, pois o objetivo é comercializá-la, no setor público e privado. "O plano é instalar o projeto em dez fazendas até junho e em 35 até dezembro, o crescimento deve ser rápido e exponencial", afirma a estudante que lidera sua terceira start-up, AgroSmart, junto com três colegas.

A vencedora, que cresceu em uma fazenda, concorreu contra 562 propostas finalistas que visam também a economia de água. Ela achou geniais algumas das ideias como a que propunha reduzir o gasto de água na construção civil com uma nova fórmula para elaborar argamassa. Outro projeto apostava na substituição da descarga no vaso sanitário por uma solução biodegradável, mais barata que a água, que neutralizaria as características físico-químicas da urina e reduziria em 80% a água usada nos vasos sanitários. "Havia muita concorrência", se orgulha a ganhadora.

Vasconcelos, que teve que suspender os dois primeiros testes da nova tecnologia por falta de água no sul de Minas, diz ter atacado com seu sistema o maior problema. "Temos que fazer um uso consciente nas nossas casas, mas nós temos que ir onde a falta de água tem mais impacto, que é agricultura. Mas isto não basta para resolver esta crise, precisamos entendê-la melhor", diz a jovem. É precisamente essa falta de entendimento o que, segundo ela, tem marcado a gestão da crise hídrica em São Paulo. "Acho que falta planejamento dos recursos hídricos, mas não por má fé, se não porque falta conhecimento. Faltam dados para fazer melhores análise e conseguir um planejamento mais embasado. Há um déficit tecnológico, o Brasil esta na fila da inovação tecnológica neste sentido, sempre copiamos", lamenta Vasconcelos.

Lançada a comercialização do projeto ganhador a través da start-up, o quarteto de jovens empreendedores mira um plano mais ambicioso, também ligado a gestão de recursos hídricos. "Nosso objetivo é fazer um mapeamento das pequenas e médias bacias e entender para onde é que está voltando essa água [usada para regar]. Com isso, conseguimos prever quanto de água vamos ter no futuro nessa bacia para poder distribuir para os principais setores que precisam dela". Para isso precisarão de mais financiamento e de algo mais que um prêmio acadêmico, outro tratamento como jovens empreendedores, lamenta a jovem: "Há tanto conhecimento parado, por conta da falta de incentivos e burocracia."

Fonte: www.msn.com
 
Por:  Desirée Duque    |      Imprimir