Categoria Geral  Noticia Atualizada em 24-04-2015

Paul Stanley, do Kiss, cita Pelé para dizer que não canta co
Ele diz que nenhum atleta ou cantor tem o mesmo desempenho de sempre. Kiss toca no Monsters of Rock em SP e vocal diz ser comandante da banda.
Paul Stanley, do Kiss, cita Pelé para dizer que não canta co
Foto: g1.globo.com

Com 63 nos e mais de 4 décadas à frente do KISS, Paul Stanley aparenta estar tranquilo em relação à própria voz. Diz não ligar para o que ex-membros da banda têm a (mal) dizer a seu respeito. Sua preocupação é com seu exército de fãs, o fã-clube Kiss Army.
Após passar por Curitiba e Belo Horizonte, a banda se prepara para um show em Brasília nesta sexta (23). No domingo (26), toca no Monsters of Rock (veja mais detalhes no fim da entrevista). É a sexta vez que o grupo se apresenta por aqui.
Bem relaxado e levemente ácido, Paul Stanley falou ao G1 por telefone sobre o público brasileiro, a conhecida pirotecnia do grupo que virou "moda", as críticas de antigos membos e o fardo, apontado por ele, de ser o "comandante" do Kiss.
G1 - Os últimos shows do Kiss no Brasil foram em 2009 e 2012. Por que demoraram menos agora a voltar? Há mais interesse dos brasileiros?
Paul Stanley - Acho que é um interesse não só no Brasil, mas em todo o mundo. Às vezes as pessoas não sentem sua falta se você some. Em outros casos, querem você o tempo todo. A beleza do povo brasileiro é seu entendimento ao celebrar a vida. A paixão no coração torna tudo possível. Talvez nos conectemos no nível de defender o indivíduo. A ideia é dizermos às pessoas que tudo é possível, se trabalhar duro e acreditar em si mesmo.

G1 - Como é fazer dois shows solo aqui e, agora, tocar em um festival?
Paul Stanley - Para mim, não importa se tocamos para 10 pessoas, 10 mil pessoas ou 100 mil. Quero me conectar com cada pessoa e que ela sinta que é a única que importa. Ser headliner do festival só mostra que estamos fazendo a coisa certa.
G1 - Falando nisso, você tem alguma banda favorita do Monsters of Rock?
Paul Stanley - Você não pode falar o nome Ozzy sem pensar numa história incrível, um legado. Sempre me impressiono mais com as pessoas que duraram mais. O tempo diz tudo, é o último juiz, e quanto mais tempo estiver por aí, mais poderoso você é.
G1 - O Kiss se encaixa nessa categoria, certo?
Paul Stanley - Eu diria que 40 anos dizem alguma coisa...
G1 - É, é um tempinho aí. De forma geral, o que os fãs podem esperar?
Paul Stanley - O que sempre fez do Kiss algo único é que damos o máximo, damos tudo o que temos, porque é isso o que representamos, o que somos, as obrigações, e o compromisso que temos com os fãs. Isso é uma camaradagem, um exército, é uma tribo e estamos sempre junto. Temos que ter certeza que somos dignos do respeito e adulação dos fãs. Qualquer banda hoje pode ter fumaça, bombas, lasers, luzes. Qualquer banda pode ter um show do Kiss. E muitos têm. Mas você nunca pode ser o Kiss.
G1 - Em 2012, a banda fez pedidos modestos para o backstage: muita água, pouco álcool, alguns jornais. Vocês pensam em pedir algo diferente, algo doido dessa vez?
Paul Stanley - Tudo do que precisamos é de um lugar para colocarmos nossos bens, um lugar para colocarmos nossos uniformes, e um lugar para afinarmos guitarras. O resto vai acontecer. Não precisamos de doces extravagantes, bebidas chiques, comidas exóticas.

G1 - Sobre o setlist: há espaço para inovar ou o Kiss tende a seguir uma certa fórmula? Há como botar faixas diversificadas ou algumas mais antigas?
Paul Stanley - Nosso setlist sempre contém faixas vintage, porque temos clássicos. E se há uma fórmula é satisfazer nossos fãs. Só podemos tocar por um tempo, então temos que considerar o que tocamos e o que vamos deixar de fora. Tentamos fazer um setlist que agrada a maioria. Nunca focamos em poucos. Estamos lá para tocar para todos, e queremos que todo mundo vá embora com a sensação de que conseguiram o que queriam. É um show no qual aprendemos tocando a entender o que funciona e o que não.
G1 - Por exemplo, uma das minhas favoritas é "Heart of Chrome" [do disco "Revenge", de 1992], e penso: "eles nunca vão tocá-la"...
Paul Stanley - "Heart of Chrome" é ótima! "Tudududududu dudu…" [cantarola trecho] Sabe, tudo é possível. Uma vez que ensaiamos, vamos sentir o que está mais certo.

G1 - Vocês se veem como líderes de uma banda ou chefes de uma banda?
Paul Stanley - Oh, meu Deus... Ah... tudo precisa, não necessariamente de um chefe, mas tudo precisa de um diretor, uma visão ou visionário. Vejo desta forma: todos podemos estar no carro banda, mas alguém precisa dirigir. Não sou chefe. A banda é uma banda de verdade, todos têm uma voz e criam o que somos, mas alguém precisa tomar decisões em último caso. Quando fizemos "Sonic Boom" (2009) e "Monster" (2012), queria o máximo de todo mundo e queria o melhor de todos. Mas alguém precisa liderar e esse alguém geralmente sou eu. Não acho que alguém tenha problema com isso.
G1 - Digo isso por declarações de membros anteriores. Esses tipos de críticas sobre o passado da banda te chateiam?
Paul Stanley - Só ouço poucas coisas, mas parece irritar pessoas que não estão mais na banda, mais do que nós. É chocante quando alguém pensa que uma banda pode continuar sem ele, e não só continuar, mas de forma incrível. Imagino que há todo tipo de reclamação, de acusações, de culpa de todos os lados, mas, você sabe… A vida conta a história como ela realmente é, não importa o que alguém diga.

G1 - Como está a sua voz? E o que está fazendo para seguir cantando bem? Você ajustou o tom de acordo com as mudanças da sua voz?
Paul Stanley - Ninguém canta da forma como já fez, não é possível. Nenhum atleta tem o mesmo desempenho de sempre, esse é o lado humano da coisa. Robert Plant [Led Zeppelin], Roger Daltrey [The Who], Coverdale [Whitesnake], a lista continua. Não é uma questão de soar como fazia há 20, 30 ou 40 anos, só importa que cante bem. Sua voz muda, tom muda, o que quer que seja muda e isso se torna irrelevante. O que importa é: "você está satisfazendo seus fãs?" Mohammed Ali foi o mesmo lutador por toda sua carreira? Não! Pelé foi? Não. Isso é parte de ser um ser humano. Então, estou gostando, o público está gostando e vivemos no presente.
G1 - Você parece muito tranquilo em relação a isso.
Paul Stanley - Há sempre pessoas que vão reclamar de tudo. Seja sobre o line-up da banda, seja o setlist, o que estamos vestindo, o que não estamos vestindo… essas não são as pessoas que estão aproveitando. Essas são aquelas poucas pessoas que querem reclamar por questões pessoais. Só vejo o fenômeno, o rolo compressor em curso. Outra pessoa, seja um ex-membro insatisfeito, eu entendo. Alguém pode ter algumas razões pessoais, porém, isso é a vida. Olharei para as 20, 30 mil pessoas que estão cantando junto e torcendo, e voltando para nos ver outras vezes. Essa são as pessoas que importam.
G1 - Paul, muito obrigado. E não estava reclamando sobre "Heart of Chrome", eu só gosto muito da música...
Paul Stanley - Oh, não! Eu vou sugerir que voltemos a tocar, que tal? Vou levar essa ideia para a banda. Eles podem dizer não, mas vou sugerir...
Monsters of Rock
Onde: Anhembi - Av. Olavo Fontoura, 1209 - Jardim São Bento
Ingressos: R$ 400 a R$ 900 (pelo site Ingresso Rápido)
25 de abril (sábado)
12h - De La Tierra
13h05 - Primal Fear
14h20 - Coal Chamber
15h50 - Rival Sons
17h20 - Black Veil Brides
18h50 - Motörhead
20h40 - Judas Priest
22h30 - Ozzy Osbourne
26 de abril (domingo)
12h15 - Dr Phoebes
13h05 - Steel Panther
14h20 - Yngwie Malmsteen
15h50 - Unisonic
17h20 - Accept
18h50 - Manowar
20h40 - Judas Priest
22h30 - Kiss

Fonte: g1.globo.com
 
Por:  Desirée Duque    |      Imprimir