Categoria Geral  Noticia Atualizada em 29-04-2015

Em S.Bernardo, Lula ignora fatos incômodos para o PT
O ex-presidente Luiz Inácio Inácio Lula da Silva (PT) ignorou assuntos impertinentes ao PT durante participação em evento ontem no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo, com temática voltada aos 35 anos da histórica greve da categoria em clar
Em S.Bernardo, Lula ignora fatos incômodos para o PT
Foto: www.dgabc.com.br

O cacique petista deixou a sede do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC sem falar com a imprensa. Lula focou oratória em questões trabalhistas e de resgate da história do início das paralisações metalúrgicas. Estiveram presentes na ação integrantes do governo federal como o procurador da República e diretor-geral da escola superior do Ministério Público da União, Carlos Henrique Martins Lima, o prefeito de Santo André, Carlos Grana (PT), e o atual presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Rafael Marques (PT). Vereadores petistas do Grande ABC e lideranças também compareceram. O prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho (PT), não esteve presente.

Ele somente desviou dos assuntos ligados às questões da greve quando criticou a Medida Provisória 4330, que autoriza terceirização de atividades-fim no Brasil. "Essa MP 4330 que tenta (regulamentar) a terceirização é um retrocesso a (período) antes da era Vargas (ex-presidente Getúlio Vargas, que comandou o País entre 1930-1945 e 1951-1954). Haverá apenas um ganhador com esse projeto: o patrão", atacou.

O ex-presidente chegou a conclamar o público presente, formado na maioria por pessoas ligadas ao movimento sindical, a dizer ‘não’ à medida. "Eles querem voltar ao passado com a lei da terceirização, quando a classe trabalhadora era tratada da forma mais perversa possível. Nós temos de dizer ‘não’ porque ninguém lutou mais do que nossa geração para conquistar respeito e direitos aos trabalhadores. Agora, não podemos retroceder por alguns interesses econômicos e deixar o trabalhador mendigando direitos", acrescentou. A MP 4330, aprovada pela Câmara, está em trâmite no Senado Federal.

Na sequência, o petista começou narrativa de sua trajetória sindical, desde sua entrada, como diretor, em 1969, até a grande paralisação ocorrida em 1980.

O ex-presidente relembrou as dificuldades e repressão do governo em conseguir adesão em busca de reivindicações de benefícios aos trabalhadores. "Eu lembro que o Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo) defendia que o ideal para férias de funcionários seria por dez dias, porque mais do que isso haveria muita ociosidade. Tínhamos dificuldade de distribuir nossos boletins nas portas de fábrica", contou.

Lula depois fez comparativo entre períodos de trabalhos do sindicato, enfatizando que as dificuldades enfrentadas atualmente são maiores do que em seu período. "Hoje, cabe ao dirigente sindical não somente reivindicar as melhorias para a sua categoria e sim propor condições, alternativas, maneiras de como isso pode ser alçado no Congresso. No meu tempo havia mais porrada, enfrentamento, mas agora há muito mais informação que precisa ser trabalhada", complementou ele.

Por fim, Lula exaltou trabalho dos sindicatos. "Se podemos reclamar hoje é por conta de muito trabalho feito por toda essa classe, que cada vez mais precisa ser prestigiada".

Fonte: www.dgabc.com.br
 
Por:  Desirée Duque    |      Imprimir