Categoria Geral  Noticia Atualizada em 30-04-2015

Governo renova conselho da Petrobras
A Petrobras confirmou, na quarta-feira, 29, a eleição de Murilo Ferreira, atual presidente da mineradora Vale, como presidente de seu conselho de administração. A eleição foi realizada em assembleia de acionistas, no Rio. Apesar da hegemonia da União no c
Governo renova conselho da Petrobras

De última hora, a União, como acionista majoritária, mudou as indicações para as vagas que cabem ao controlador. O objetivo era garantir a participação de especialistas ligados à área de governança, uma estratégia para retomar a credibilidade junto ao mercado, arranhada pela Operação Lava Jato e pelo atraso de cinco meses na publicação do balanço financeiro.

Na assembleia, os acionistas minoritários questionaram a indicação de Ferreira, alegando conflito de interesses, uma vez que a estatal tem contrato para fornecimento de combustíveis para a Vale. Apesar da reclamação, ele foi nomeado sem restrição. A Petrobrás informou que Ferreira fez uma declaração em que nega o conflito, alegando não ocupar cargo que interfira na parceria.

Além de Ferreira, foram reeleitos como conselheiros o presidente da Petrobras, Aldemir Bendine, o presidente do BNDES, Luciano Coutinho, e Luiz Navarro. Eles já integravam o colegiado. Os novos integrantes são os economistas Luiz Nelson Guedes de Carvalho e Roberto Castelo Branco, e o engenheiro Segen Faria Stefan, professor da Coppe, programa de pós-graduação em engenharia da UFRJ.

Carvalho é doutor em controladoria pela USP e, atualmente, é professor e integra a diretoria da Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras (Fipecafi). Já Castello Branco foi diretor do Banco Central e da Vale. Hoje, atua no Centro de Estudos e Desenvolvimento e Crescimento da Fundação Getulio Vargas.

O governo havia indicado que pretendia dar aspecto mais técnico ao conselho, após os questionamentos sobre as indicações políticas para os cargos e decisões polêmicas, como a compra da refinaria de Pasadena, nos EUA. À época, o órgão era comandado pela presidente Dilma Rousseff.

Minoritários

Na assembleia, foi confirmada a eleição do representante dos trabalhadores, Deyvid Bacelar. Para as vagas de acionistas minoritários foram eleitos Walter Mendes Filho e Guilherme Affonso Ferreira, indicados pela Associação de Investidores do Mercado de Capitais (Amec). No conselho fiscal, os indicados da Amec foram eleitos para duas vagas, Reginaldo Alexandre e Walter Albertoni. O colegiado também será composto por três indicados da União, Paulo Souza, Marisete Dadald e Cesar Acosta.

A expressiva votação, até por parte de investidores estrangeiros, indica que os acionistas buscaram representantes de perfil independente diante da desconfiança com nomes apontados por parceiros do governo. A votação para vagas de minoritários por fundos de pensão de estatais foi questionada. Como as instituições são controladas pela União, o governo poderia influenciar os votos e também a futura atuação no conselho.

Para a Petrobras, a avaliação cabe aos fundos. "Compete à entidade de previdência complementar avaliar se o seu voto sofre influência do acionista controlador. A entidade deverá estar apta a apresentar, se questionada, elementos que permitam comprovar que não houve influência", afirmou Francisco Costa e Silva, ex-presidente da Comissão de Valores Mobiliários, que mediou a assembleia. Após a manifestação, um representante da Previ, fundo de pensão do Banco do Brasil, disse não haver impedimento ao voto. A Previ apoiou os nomes sugeridos pelo Bradesco Asset Management. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Fonte: www.istoedinheiro.com.br
 
Por:  Desirée Duque    |      Imprimir