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O sil�ncio de uma gera��o
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Martin Luther King costumava dizer que "nossa vida come�a a acabar quando nos calamos frente �s coisas que realmente importam". Foto: Google Imagens Pois bem: nossa gera��o est� a um passo de ver o crescimento real do Brasil - mas no entanto dele est� abrindo m�o por conta de um sil�ncio daqueles que doem na alma. Vivemos em um pa�s no qual morrem 20 crian�as a cada dia s� por conta de doen�as causadas pela falta de um simples esgoto sanit�rio, que n�o chegou ainda a 60% dos nossos munic�pios. 20 crian�as por dia s�o 600 por m�s - ou o equivalente a uns quatro avi�es Airbus lotados. Calculou-se que com R$ 100 bilh�es levar�amos saneamento b�sico completo para 86 milh�es de brasileiros, eliminando de vez esta vergonhosa chacina mensal. Pois bem: s� em 2007 pagamos, a t�tulo de juros da d�vida p�blica, incr�veis R$ 160 bilh�es - 60% a mais! E nem falamos nisso - nossas elites preferem tratar de assuntos mais amenos. Segundo a ONU, das crian�as brasileiras que sobrevivem a este horror, quase seis milh�es trabalham, a metade delas sem receber nada al�m de algum alimento. A jornada de trabalho destes escravos, digo, crian�as, n�o � pequena - no m�nimo 40 horas semanais. Claro, h� tamb�m aquelas crian�as, digo, escravos, que recebem remunera��o - precisos 41,5% deles, que ganham no m�ximo meio sal�rio m�nimo. � assim que 22% dos 25 mil catadores de lixo brasileiros tem menos de 14 anos. Enquanto isso, gastamos alegremente cerca de R$ 1 bilh�o a cada ano s� em propaganda institucional. Nossas elites preferem falar de assuntos mais agrad�veis, e assim o tempo vai passando. Ser� assim que 41% destas crian�as sequer concluir�o o ensino fundamental, juntando-se aos 68% de brasileiros entre 15 e 64 anos que nada conseguem ler al�m de um an�ncio de cinco palavras. Mas, pensando bem, � melhor mesmo que n�o leiam - assim, falar�o menos, abrindo menos a boca e lembrando �s nossas elites, de forma absolutamente inc�moda, que tr�s em cada quatro brasileiros s�o desdentados . Somente em S�o Paulo, 68% dos adultos j� perderam todos os dentes, e 30 milh�es de brasileiros nunca foram a um dentista. Sim, � melhor que eles fiquem mesmo de boca fechada... Enquanto isso, segundo a Controladoria-Geral da Uni�o divulgou em 2008, a corrup��o, o desperd�cio e a m�-gest�o desviam do dinheiro p�blico investido na sa�de R$ 426,4 milh�es, que equivalem a 25,1% do repasse do Minist�rio da Sa�de aos munic�pios. O Brasil imenso e rico, que imaginamos j� �s portas do 1� Mundo, tem apenas 29.798 km de ferrovias - uma malha ferrovi�ria do tamanho daquela do pequenino Jap�o. Para piorar, 10 mil km est�o desativados - s�o linhas antigas, constru�das pelo Imperador D. Pedro II. No peda�o que sobra, nossos trens andam a 20 km/h em m�dia. O resultado disso: 70% das nossas cargas andam por a� no lombo de caminh�es car�ssimos adquiridos de empresas estrangeiras, um absurdo sem paralelo no planeta! E este absurdo � ainda maior quando uma em cada dez estradas brasileiras n�o tem qualquer pavimenta��o, e 40% delas precisariam ser totalmente refeitas, pois nem reparos comportam mais. Diante de uma t�o grande como perigosa car�ncia de infra-estrutura, tivemos a coragem de ficar em sil�ncio quando o TCU identificou recentemente 400 obras paralisadas no pa�s, ap�s terem consumido R$ 2 bilh�es em recursos p�blicos. A riqueza do Brasil bem que tenta compensar nossa hist�rica cegueira gerencial - haja extrativismo para a nossa economia. Mas at� quando? Fonte: O Autor
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| Por: Pedro Valls Feu Rosa | Imprimir |
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