Categoria Geral  Noticia Atualizada em 06-05-2015

Mobilização em hospitais suspende consultas e remarca
Objetivo é chamar atenção sobre a escassez de recursos para a saúde. Governo diz que estão em dias valores a partir de dezembro de 2014.
Mobilização em hospitais suspende consultas e remarca
Foto: g1.globo.com

A mobilização dos hospitais filantrópicos e santas casas em municípios do Rio Grande do Sul nesta quarta-feira (6) causa suspensão de atendimentos e provocou remarcação de cirurgias. De acordo com a Federação das Santas Casas e Hospitais Beneficentes, Religiosos e Filantrópicos do estado, 220 cidades aderiram. O objetivo é chamar atenção sobre a escassez de recursos para a saúde. Somente em Porto Alegre, a Santa Casa anunciou a redução de 437 mil atendimentos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) para este ano de 2015.

Nesta quarta, a Santa Casa decidiu suspender consultas e exames entre 10h e 11h. Também em Porto Alegre, o Hospital Vila Nova reagendou 35 cirurgias eletivas. Em ambos, o atendimento de emergência foi mantido. Hospital São Lucas da PUCRS, Hospital Espírita de Porto Alegre, Divina Providência, Independência, Beneficência Portuguesa e Parque Belém são as outras unidades da capital na mobilização. Todos eles mantém as urgências.

Em nota, a Secretaria Estadual da Saúde (SES) informa que "está aberta de forma permanente ao diálogo com a Federação das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos do RS". Ainda de acordo com o órgão, "o planejamento proposto pelo Estado objetiva adequar os repasses às entidades ao orçamento da pasta - evitando, assim, o desajuste que gerou o atraso nos repasses em 2014."

A SES também informa que, "em relação aos recursos pendentes anteriores a esse período, que deixaram de ser pagos pela última gestão por um comprometimento acima da capacidade orçamentária, a quitação dos mesmos será feita de acordo com o fluxo de caixa do Tesouro estadual. Estão em aberto repasses de R$ 151 milhões." A secretaria ainda ressalta que "estão rigorosamente em dia os valores previstos a partir de dezembro de 2014. Assim, já foram pagos neste ano aos hospitais gaúchos R$ 352,5 milhões do Tesouro do Estado."

Pelo interior do RS
Em Santa Maria, ma Região Central, cerca de 25 hospitais filantrópicos fazem protestos. Na Casa de Saúde, por exemplo, 70 atendimentos foram adiados, além de cirurgias sem urgência. Desde o fim de 2013, a entidade diz que deixou de receber R$ 3 milhões do governo. Por isso, ainda não pagou os salários de março para 20 médicos. Para o mês de abril, a direção salienta que teve de fazer um empréstimo.

Em Pelotas, na Região Sul, três hospitais suspenderam atividades. Cerca de 600 procedimentos sem urgência, como cirurgias, exames e internações não serão realizados nesta quarta e terão de ser remarcados na Santa Casa, no hospital Neneficiência Portuguesa e no São Francisco de Paula. O Hospital Espírita, responsável por 94% dos leitos psiquiátricos da região, os atendimentos seguem sem alterações.
A Santa Casa de Bagé, na Campanha, recebe casos de emergência e urgência. A situação deve ser normalizada às 17h, segundo a entidade. A direção calcula que o governo tem de pagar ao hospital R$ 3 milhões.
Na Região Noroeste, os pacientes sem gravidade do Hospital Santa Rosa foram mandados de volta para casa. As consultas serão remarcadas, e os atendimentos de emergência continuam sendo realizados. Na Fronteira Oeste, 300 atendimentos ambulatoriais foram reagendados na Santa Casa de Uruguaiana, que diz não conseguir pagar funcionários, nem comprar materiais.

Na Serra, em Caxias do Sul, os dois maiores hospitais estão paralisados. No Pompéia, não estão sendo realizadas consultas ambulatoriais e alguns exames foram remarcados. Cerca de 800 atendimentos não devem ser realizados nesta quarta. No Hospital Geral, foram canceladas 104 consultas e cerca de 600 procedimentos como exames e cirurgias eletivas.
Em todos os hospitais, a orientação é para que a população só procure atendimehntos em casos de urgência e emergência. Os hospitais filantrópicos são responsáveis por mais de 70% do atendimento pelo SUS no estado.

Fonte: g1.globo.com
 
Por:  Ludyanna Ferreira    |      Imprimir