Categoria Politica  Noticia Atualizada em 16-03-2008

Envolvido em escândalo, governador de NY pode ser enquadrado
O Mann Act proíbe transportar mulheres para fins de prostituição.
Envolvido em escândalo, governador de NY pode ser enquadrado
Foto: Reprodução/MySpace

Entre as acusações que o governador Eliot Spitzer pode enfrentar por conta de seu envolvimento no escândalo sexual que acabou em sua renúncia está uma muito utilizada no século passado: a violação do Mann Act.

Em documentos que estão na Justiça, o ''cliente 9'' (identificado no escândalo como o próprio governador) pagou uma prostituta para pegar um trem, em fevereiro, de Nova York a Washington, para fazer sexo com ele em um hotel.

O Mann Act é uma lei federal que proíbe transportar mulheres ou garotas para fins de "prostituição, libertinagem ou qualquer outro propósito imoral".

A lei, de 1910, foi reformada e utilizada para casos que vão de política a racismo. O comediante Charlie Chaplin, o arquiteto Frank Lloyd Wright, o músico Chuck Berry e o campeão peso-pesado Jack Johnson foram todos acusados de violar a lei; Berry e Johnson chegaram a ser presos por causa disso. A condenação pode ser no máximo de dez anos de prisão.

A favor de Spitzer há o fato de que o Mann Act não tem sido usado para condenar clientes individuais de prostitutas há anos. Mas o governador pode enfrentar outras acusações também, como solicitar e pagar por sexo, e fazer transações ilegais de dinheiro para ocultar seu propósito.

Entenda o caso
Dois dias depois de ter seu nome envolvido num escândalo sexual, o governador de Nova York, Eliot Spitzer, anunciou sua renúncia nesta quarta-feira (12). Ele vai deixar o cargo na próxima segunda-feira. Em seu discurso, ao lado da esposa, ele voltou a pedir desculpas ao povo de Nova York. Mas novamente não detalhou sua relação com o escândalo sexual, que afirma ser um "assunto privado".

Spitzer, casado e pai de três filhos, foi acusado de envolvimento em uma rede de prostituição pelo jornal "The New York Times". Spitzer admitiu a assessores que teve relações com pelo menos uma das prostitutas.

Ele seria um dos clientes do Emperors Club VIP, um famoso bordel de Washington que foi alvo de uma operação da Justiça federal dos Estados Unidos -em que quatro pessoas foram presas na semana passada.

A identidade de Ashley Alexandra Dupré foi revelada na última quarta-feira (12) pelo jornal "New York Times", que a entrevistou e que cita a história da sua vida publicada no site de relacionamentos MySpace. "Está sendo um momento difícil para mim. É complicado", disse ela. "Eu só não quero ser vista como um monstro."

Dupré não está sendo processada. Ela foi poupada porque vai ser uma testemunha importante na investigação. Ela se negou a comentar, em entrevista ao jornal, como havia sido o encontro com o governador.

No Emperors Club, que agenciava seus programas, ela aperecia com uma cotação intermediária na escala de sete diamantes, e aparentemente cobrava US$ 1.000 (cerca de R$ 1.700) por hora, segundo a reportagem do "New York Times".

Envolvido em escândalo, governador de NY pode ser enquadrado em lei de 1910
O Mann Act proíbe transportar mulheres para fins de prostituição.
Eliot Spitzer teria pago para que uma garota de programa viajasse até Washington.


Fonte:

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Por:  Alexandre Costa Pereira    |      Imprimir