Categoria Politica  Noticia Atualizada em 20-05-2008

Disputa democrata deve continuar até junho, diz analista
Prévias de Oregon e Kentucky, nesta terça-feira, não devem definir candidato. Pesquisas apontam vitória de Obama em Oregon e de Hillary em Kentucky.
Disputa democrata deve continuar até junho, diz analista
Foto: Reuters

Os dois estados e 125 delegados em disputa nas primárias desta terça-feira (20) não devem dar fim ao impasse do Partido Democrata dos Estados Unidos quanto à definição do seu candidato à Presidência, segundo Thomas E. Mann, analista sênior do Instituto Brookings. Pesquisas de intenção de voto em Oregon e Kentucky apontam vantagem do senador Barack Obama no primeiro e grande favoritismo da senadora Hillary Clinton no segundo, o que deve manter a divisão do partido.

Em entrevista ao G1, por e-mail, Mann disse que a vitória de Obama é quase certa. "A disputa vai continuar até que Obama tenha uma clara maioria de delegados para a convenção do partido. É quase certo que ele alcance este ponto após a decisão do partido quanto às primárias de Michigan e Flórida (que foram consideradas inválidas por terem antecipado a votação), em 31 de maio, ou mesmo ao fim das primárias, em 3 de junho", disse.

Para conseguir a indicação democrata, Obama ou Hillary precisam contar com o apoio de pelo menos 2.025 delegados, o que representa a maioria dos 4.049 delegados que participarão da Convenção do partido, no fim de agosto no estado de Colorado. De acordo com a rede de TV CNN, Obama tem atualmente 1.909 delegados, contra 1.718 de Hillary Clinton. O estado de Oregon terá 65 delegados na convenção, e Kentucky terá 60.

Hillary na luta
"Não há nenhuma chance" de que Hillary Clinton desista da disputa na noite de terça-feira (20), garantiu Howard Wolfson, conselheiro da ex-primeira-dama. "Ainda é cedo para que o senador Obama se apresente como o candidato democrata", declarou, ressaltando no entanto que se o senador de Illinois ganhar, de fato, a indicação democrata à presidência dos Estados Unidos, "obviamente o apoiaremos".

Na entrevista concedida ao G1, Mann apontou o que fez com que a senadora deixasse de ser favorita e se tornasse o nome "azarão" na reta final da disputa pela candidatura democrata. "Ela competiu por tempo demais como favorita, mas falhou desde o começo ao não conseguir convencer os eleitores a aceitá-la como nomeada. Além disso, sua campanha não conseguiu antecipar a batalha que ocorreria depois da "super-terça" (quando mais de 20 estados realizaram primárias, em fevereiro), e subestimou os estados que fizeram disputas em forma de caucus. Mas ela continua correndo em busca da linha de chegada, esperando por um milagre", disse o analista.

Segundo Mann, a disputa interna do partido democrata fez o candidato republicano, John McCain, ganhar tempo na campanha rumo à Casa Branca, mas o partido continua sendo o favorito para fazer o sucessor de George W. Bush. Para ele, a diferença estará no apoio que Clinton vai oferecer à campanha de Obama, assim que a nomeação estiver definida.
"Os democratas continuam sendo favoritos para vencer a eleição e ter maioria na Câmara de Deputados e no Senado. A economia está afundando, há uma guerra pouco popular e um presidente ainda menos, e tudo isso dá muito vantagem ao partido", disse.

"McCain ganhou tempo para arrecadar dinheiro e organizar sua campanha, e pode conseguir os votos de alguns democratas insatisfeitos, mas acho que Clinton vai se tornar em breve um forte nome no apoio a Obama, e reforçará sua campanha. Obama precisa muito do seu apoio, mas não do seu nome como candidata a vice-presidente, o que o faria perder o voto de eleitores independentes e republicanos."

Os últimos centros de votação das primárias desta terça-feira fecharão suas portas às 20h em Kentucky, e à meia-noite em Oregon (ambos em horário de Brasília).

Disputa democrata deve continuar até junho, diz analista americano
Prévias de Oregon e Kentucky, nesta terça-feira, não devem definir candidato.
Pesquisas apontam vitória de Obama em Oregon e de Hillary em Kentucky.

Fonte: Daniel Buarque

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Por:  Alexandre Costa Pereira    |      Imprimir