Categoria Geral  Noticia Atualizada em 05-08-2011

Após depor, nutricionista é indiciada por homicídio doloso
Mulher dirigia jipe blindado que atropelou empresário na Zona Oeste de SP. Ela deixou delegacia em Pinheiros por volta do meio-dia desta sexta.
Após depor, nutricionista é indiciada por homicídio doloso
Foto: g1

A nutricionista Gabriella Guerrero, de 28 anos, foi indiciada por homicídio doloso nesta sexta-feira (5) pelo atropelamento do empresário Vitor Gurman, no dia 23 de julho, na Vila Madalena, Zona Oeste de São Paulo. Após depor por cerca de uma hora e meia, ela deixou o 14º Distrito Policial, de Pinheiros, por volta das 12h, sem falar com a imprensa.

Para a polícia, a nutricionista, que havia consumido bebida alcoólica, dirigia em alta velocidade na Rua Natingui, onde aconteceu o atropelamento. "O laudo tinha dado que ela estava alcoolizada, não deu embriaguez. Pelas imagens a gente tem uma noção mais ou menos de que ela estava em alta velocidade Então, ela foi indiciada por homicídio doloso", afirmou o delegado Ricardo Cestari, titular do 14º DP.

De acordo com o delegado, ela narrou que teve uma discussão com o namorado, o engenheiro Roberto de Souza Lima, de 34 anos, ainda dentro do bar Piove, porque ele demonstrou que queria dirigir o veículo Land Rover após ter consumido bebida alcoólica. "Ela não deixou porque estava muito embriagado", disse o delegado.

O advogado da nutricionista, José Luis de Oliveira Lima, afirmou que sua cliente consumiu apenas um drink - "margarita" - durante a noite e depois teria tomado água. Oliveira Lima não concorda com a interpretação da Polícia Civil de que a nutricionista teria cometido um homicídio doloso, isto é, quando há intenção de matar. Segundo ele, não há provas que atestem que Gabriella conduzia em alta velocidade.

"Vai ficar demonstrado com clareza com o laudo pericial que não estava em alta velocidade", declarou o advogado. Após o atropelamento, o jipe blindado capotou e o engenheiro caiu em cima dela, de acordo com a advogada.

No momento do acidente, Roberto, segundo a nutricionista, tombou o corpo em direção ao painel, porque estava sem cinto de segurança. "Quando vai tentar protegê-lo, porque o corpo tomba, ela perde o controle do carro", afirmou o advogado José Luis de Oliveira Lima.

Acompanhada do advogado, Gabriella chegou pouco antes das 10h ao distrito policial para prestar depoimento. Ela não quis conversar com a imprensa. Gabriela vai responder ao processo em liberdade e permanece com a habilitação.

Carta
Segundo o delegado, Gabriella se emocionou ao falar de Vitor durante o depoimento. Ela escreveu uma carta com um pedido de desculpas para a família do empresário. O teor da carta não foi revelado pelo advogado da família do empresário, Alexandre Venturini. A correspondência foi entregue à família após a morte de Vitor, no dia 28 de julho.

"Nesse momento é difícil aceitar qualquer ponderação a respeito dessa tragédia", disse Venturini. Venturini afirmou não ter dúvidas de que a morte de Vitor se trata de um homicídio doloso.

Testemunha
O delegado ainda aguarda a conclusão dos laudos do Instituto de Criminalística. O indiciamento foi feito com provas testemunhais. O casal sempre afirmou que Gabriella dirigia o carro no momento do atropelamento, mas testemunhas chegaram a contestar essa versão. Durante uma acareação, duas delas voltaram atrás e tiveram que se desculpar. A polícia irá interrogar uma terceira testemunha que ajudou a socorrer as vítimas do acidente antes de concluir o inquérito.

Fonte:

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Por:  Wellyngton Menezes Brandão    |      Imprimir