Categoria Música  Noticia Atualizada em 19-12-2007

Nas rádios e na pista os DJ"s mandam ver e a galera dança
Passeando por hits e embalos da música eletrônica
Nas rádios e na pista os DJ"s mandam ver e a galera dança
Foto: José Geraldo Oliveira

Passeando por hits e embalos da música eletrônica, voltando ao "Só se for dance", e curtindo os ritmos que as noites quentes do litoral capixaba oferecem, num descontraído bate-papo com o DJ Mário Filho vamos ver que ser Dee Jay é divertido, mas tem que levar a sério. Um trabalho envolvente e que desperta nos amantes da Dance Music, uma paixão, um frenesi, um vontade contagiante de se soltar na pista e dançar, dançar e dançar.
Para Mário Filho a carreira de DJ é fascinante, porém, existem conceitos e regras básicas e tem de serem cumpridos. Mário também afirma que para ser um bom DJ a pessoa tem de ter feeling, ou seja, observar o que acontece nas principais casas noturnas, clubs e shows que costuma freqüentar, analisar os estilos musicais e a seleção de repertório que cada DJ faz em seu trabalho diário, e entender que cada casa noturna tem seu estilo musical e seu padrão . Acompanhe abaixo a entrevista:

01â€") Quando surgiu a paixão pela profissão de DJ?

Na verdade em meu release nem consta quando surgiu essa paixão. Em 1993 quando morei na Cidade de Ariquemes/RO com 13 anos eu já gostava de ouvir o Eurodance, que na época era muito fluente no Brasil através da rádio Jovem Pan, com os Hits de Alexia, Ice Mc, etc, e desde então fui prosseguindo com a paixão pela música eletrônica. Foi ai que começou a surgir a "curiosidade" sobre a profissão de Dj. No período de 1993 a 1996 comecei a conhecer mais sobre a profissão e fiz amizade com alguns profissionais da área. A paixão mesmo pela profissão só veio a surgir em 1996 quando voltei pra Cachoeiro já com a idéia fixa de me profissionalizar na área.

02-) Quando começou a tocar?

Em julho de 1996 consegui meu primeiro espaço para contato com o público na Boite HUNTERS, no Caçadores Carnavalescos Clube em Cachoeiro de Itapemirim/ES, época em que eu ainda não sabia nada sobre música eletrônica, nem ao menos controlar os BPM`s (batidos por minutos) para uma virada, e aos trancos e barrancos me apresentei pela primeira vez, fazendo desta uma grande oportunidade para seguir com o meu trabalho.

03-) Qual é o seu estilo?

House e Electro, em uma variada extensão de vertentes.

04-) Cite alguns lugares que você já mostrou o seu trabalho.

Abril/98 a outubro/99 - Boite SHERWOOD JUMP BAR - Cachoeiro de Itapemirim/ES.
Janeiro/01" Boite KAHLíšA - Piúma/ES, onde atuo até hoje durante o verão.
Outubro/05" Ouro Branco/MG. do dia 10 ao dia 15 em um festival de música Eletrônica.
Maio/04 e Junho/05" í"nibus Boate da Itapemirim" Festival de Alegre/ES.

05-) Desses lugares que você já tocou, qual foi o que você mais gostou?
Ouro Branco, pois foi um lugar onde pude mostrar meu trabalho e sentir que o público presente retribuía ao meu estilo musical e às minhas performances.

06-) O Mário Filho tem algum diferencial para se apresentar?

Sim. Meu trabalho é 80% voltado pra paixão que tenho pela profissão, os outros 20% fica por conta da renda, embora todo profissional tenha seu devido valor.

07-) O período em que você passou pela rádio o ajudou de certa forma a construir o Mário Filho?

Sim, não resta dúvida! Tanto que meu vínculo com a emissora Rádio Cidade de Cachoeiro de Itapemirim foi único e exclusivo à divulgação do meu trabalho.

08-) Você se espelha em algum DJ?

Sim, em vários. Mais especificamente nos ingleses.

09-) Que festas você faz? Debutantes, funk, anos 70, flashback, dance? O repertório é sempre seu ou o contratante pode sugerir?

Faço todo tipo de festa. Nas festas particulares, o repertório fica a critério do contratante, já nos eventos tenho meu próprio estilo e não abro não disso!!!

10-) Você tem algum projeto para 2008 com outros DJ"s, digo, projetos mais ousados?

Sim, mas não com outros Djs. Em 2008 começo minhas próprias produções, que serão voltadas para meu estilo.

11â€") O que é fundamental para ter uma boa vibe com o público?

Colocar o Dj certo, no lugar certo, com o estilo que aquele público gosta de ouvir.

Obs: Essa parte eu deixo por conta dos promoters, rs.

12â€") O que você acha do Brasil para a música eletrônica?

Um bebê engatinhando, e como um apaixonado pela música eletrônica que sou, almejo que esse bebê se desenvolva. Vale a pena lembrar que no Brasil existe muita gente antenada no quesito música eletrônica e muita gente de bom gosto, como é o público GLS, com suas exceções é claro.

13-) Que mensagem você deixaria para quem esta iniciando a carreira de DJ?
Não entre nela pensando somente em status e dinheiro.

14-) Há campo para essa explosão de DJ"s?

Sim, desde que levem a sério a profissão. Mas falando de música eletrônica, o bebê como eu já disse, precisa crescer pra reconhecer isso.

15-) Voltando a mencionar a rádio, como foi conciliar o trabalho e organizar e tocar ao mesmo tempo?

Eu tinha uma certa liberdade em fazer o programa ao vivo nos dias de folga, e gravado nos dias em que eu estava tocando em alguma vibe.

16-) Como você vê o futuro desta vertente no país?

O Brasil no ano de 2007 sofreu uma mudança muito grande no estilo, havendo mais aceitação da música eletrônica. Juntamente com essa mudança surgiram também alguns pontos negativos, como as proibições de raves, que aconteceram principalmente após o incidente ocorrido na Rave Tribe esse ano no RJ. Infelizmente a maioria dos brasileiros ama o que é proibido. Fico triste em saber que a partir disso o público jovem vai se sentir atraído pelo fato da proibição e não pela questão da raiz.

17-) Você tem a certeza de que dá para sobreviver de música? Ou como em todo o meio cultural a arte deve ser segundo plano?

Tenho tanta certeza disso que sobrevivo do meu trabalho desde 1998. Acredito que sou um dos poucos no estado que sobrevive somente da música.

18-) O que mudou em sua vida após o casamento e o nascimento de seu filho?

Muita coisa, tantas que fica difícil dizer tudo aqui. Posso resumir que mudou pra melhor, principalmente com a chegada do Mário Neto, que com certeza se depender do papai coruja vai seguir a carreira.

19-) Quais as expectativas para o ano de 2008, em termos de litoral?

A mesma de sempre, praia, sol, gente bonita e a minha pista no Kahlúa lotada como acontece há sete anos.

20-) Pra finalizar, em quais projetos está envolvido hoje? Redundantemente e propositadamente, quais seus planos profissionais para o futuro, em termos de música?

Como já havia dito, começarei em 2008 minhas próprias produções, e daí por diante só o público da e-music pra retribuir meu devido valor.

    Fonte: Redação Maratimba.com
 
Por:  José Geraldo Oliveira (DRT-ES 4.121/07 - JP)    |      Imprimir