Delegação africana está a caminho para tentar mediar onda de violência no país
Membros do governo e da oposição no Quênia trocaram acusações nesta quarta-feira, culpando-se mutuamente pela violência que eclodiu no país depois do anúncio da reeleição do presidente Mwai Kibaki, no domingo.
O principal líder da oposição e candidato derrotado à Presidência, Raila Odinga, não compareceu a um encontro convocado por Kibaki para tentar encontrar uma solução para a crise e prometeu participar nesta quinta-feira de um comício proibido pelo governo, por temer mais episódios de violência.
Um porta-voz do governo disse à BBC que os manifestantes pró-Odinga estão "engajados em limpeza étnica" de uma "maneira calculada e organizada".
Mas Odinga rebateu a acusação, afirmando que o governo de Kibaki é "diretamente responsável por genocídio".
Ao responder se pediria aos seus partidários que se acalmassem, o líder oposicionista disse à BBC que se recusa a dar "um anestésico ao povo do Quênia para que ele possa ser estuprado".
Tanto Kibaki como Odinga pediram o fim da violência, que já deixou cerca de 300 mortos - entre eles, mais de 30 queimados vivos em uma igreja no oeste do país.
Dezenas de milhares de pessoas estão buscando refúgio de grupos armados e saqueadores, com medo de novos ataques.
Delegação
Autoridades americanas e britânicas estão pedindo reconciliação das partes envolvidas no conflito.
Uma delegação africana liderada pelo presidente do Gana, John Kufuor, deve chegar ao Quênia ainda nesta quarta-feira para discutir a onda de violência.
De acordo com a correspondente da BBC no Quênia Karen Allen, as partes envolvidas querem que a comunidade internacional entre na questão e resolva o problema.
No entanto, o espaço para negociações pode ser muito limitado, já que a oposição do país insiste que não vai participar de nenhuma negociação a não ser que o presidente Kibaki admita que roubou as eleições.
O Quênia é um país com 42 tribos e as eleições expuseram uma profunda disputa entre etnias, segundo Allen.
Oposição e governo trocam acusações no Quênia.
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