Rio de Janeiro, 29 out (EFE).- O histórico lançamento de ações da Petrobras no mês passado fez com que as contas públicas brasileiras alcançassem em setembro o maior superávit fiscal primário da história do país, informou hoje o Banco Central (BC).
Foto: www.piauinet.com.br O Brasil registrou em setembro um superávit primário de R$ 27,756 bilhões, muito acima dos R$ 20,9 bilhões de janeiro de 2008, que até agora era o maior registrado em um mês.
O superávit fiscal primário, que o Governo utiliza como referência para as contas públicas, é a diferença entre a receita e os gastos públicos sem incluir os recursos destinados ao pagamento de juros de dívida.
Esse elevado saldo positivo permitiu que o país obtivesse em setembro um superávit nominal (já descontado o destinado ao pagamento de juros de dívida) de R$ 11,8 bilhões.
O saldo recorde em setembro foi possível graças a inclusão das receitas procedentes da operação de capitalização da Petrobras, o que alguns economistas qualificaram como uma manobra para arrumar as deficitárias contas públicas.
A capitalização da Petrobras resultou em R$ 31,9 bilhões em receitas para o Governo.
Em setembro, a companhia lançou ações por um valor de R$ 120 bilhões, a maior emissão de títulos na história dos mercados mundiais.
Desse total, R$ 42,92 bilhões foram recebidos na forma de títulos públicos emitidos pelo Governo para pagar sua parte no aumento de capital.
O Estado ainda cedeu à Petrobras o direito de explorar reservas ainda não licitadas com reservas de 5 bilhões de barris.
O superávit extraordinário de setembro permitiu ao país acumular nos nove primeiros meses do ano um superávit primário de R$ 75,537 bilhões, o equivalente a 2,9% do Produto Interno Bruto (PIB).
Após a redução dos R$ 139,77 bilhões que o Estado destinou ao pagamento de juros de dívida nos nove primeiros meses do ano, o país acumulou até setembro um déficit nominal nas contas públicas de R$ 64,233 bilhões.
O BC informou que a dívida pública brasileira em setembro equivalia a 41% do PIB, abaixo dos 41,4% de agosto e dos 42,8% de dezembro de 2009. EFE
Fonte: br.noticias.yahoo.com
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