Categoria Economia  Noticia Atualizada em 18-11-2010

Casamento real aquecerá economia britânica
Consultoria estima que evento renda cerca de US$ 1 bi com turismo e vendas no varejo
Casamento real aquecerá economia britânica
Foto: economia.estadao.com.br

LONDRES- Economistas da consultoria Verdict disseram que o casamento do príncipe William, segundo na linha de sucessão do trono britânico, com Kate Middleton representará uma injeção de cerca de US$ 1 bilhão na economia da Grã-Bretanha. A firma divulgou ontem um estudo que analisa o impacto do evento no comércio e no varejo do país.

Com milhares de fãs da família real britânica espalhados pelo mundo, o casamento terá maior impacto no setor de turismo. Apenas com a venda de suvenires, os analistas calculam que ingressarão entre US$ 20 milhões e US$ 30 milhões. A Verdict estimou que o casamento poderá render também de US$ 20 milhões a US$ 30 milhões em merchandising, enquanto a comercialização de produtos relacionados com a cerimônia poderia chegar a US$ 40 milhões.

Neil Saunders, diretor da Verdict, afirmou que é difícil calcular a receita total que o anúncio do compromisso e o casamento terão. No entanto, só em comida, vinho e champanhe comprados para brindar a felicidade do casal, representará um aumento de vendas de US$ 576 milhões.

Público massivo. "Os tempos mudaram muito desde o casamento de Charles e Diana (último grande evento envolvendo a família real, em julho 1981), mas muita gente festejará o enlace, o que se significará um aumento dos lucros", disse Saunders. "Embora pareça muito dinheiro, não se pode esquecer que se trata de um evento que atrairá um público massivo não só de britânicos, mas do mundo todo."

O escritório de turismo de Londres, o Visit London, calculou que o impacto turístico para cidade pode chegar a US$ 80 milhões. Com uma média de 500 mil visitantes por dia, o escritório prevê que Londres bata o recorde obtido com o casamento de Charles e Diana, que atraiu 600 mil visitantes a mais do que era esperado.

A Asda, segunda maior rede de supermercados da Grã-Bretanha, informou que já está vendendo uma caneca de US$ 8 para celebrar a data. / REUTERS

PARA LEMBRAR

País vivia crise parecida na década de 80

O Palácio de Buckingham anunciou o noivado de Charles e Diana no dia 24 de fevereiro de 1981. O casamento ocorreu seis meses depois na Catedral de São Paulo, em Londres. Os dois momentos históricos - o matrimônio de Charles e agora o de seu filho, William - guardam semelhanças. Naquela época, a economia da Grã-Bretanha também vivia uma recessão e o país era comandado pelo Partido Conservador, liderado pela primeira-ministra Margaret Thatcher.

Em 1981, o número de desempregados no país atingiu o recorde de 3 milhões - era de 1 milhão na posse de Thatcher, em 1979. O índice de desemprego chegou a 20% na Irlanda do Norte e 16% na Escócia. Como agora, a crise atingia também os EUA, que registraram, em 1980, uma inflação de 12,5% e uma taxa de desemprego de 7,5%, duas causas para a eleição de Ronald Reagan, no ano seguinte. O novo presidente americano aumentou as taxas de juros, dando origem a um efeito em cascata que explodiria a dívida externa da América Latina.

Apesar de um início impopular, Reagan e Thatcher entraram para a história como uma dupla afinada, que recolocou a economia nos eixos. No longo prazo, no entanto, a sobrevivência política dos dois ocorreu graças ao acaso. Reagan superou a impopularidade de suas políticas recessivas após sobreviver a um atentado. Thatcher também parecia condenada quando a Argentina invadiu as Malvinas e deu à premiê britânica a chance de liderar o país em uma guerra e recuperar seu prestígio.

Fonte: economia.estadao.com.br
 
Por:  Wellyngton Menezes Brandão    |      Imprimir