Categoria Tragédia  Noticia Atualizada em 28-01-2013

Polícia prende dois músicos e sócio de boate incendiada RS
Os integrantes da banda podem ser indiciados por homicídio culposo - quando não há intenção de matar
Polícia prende dois músicos e sócio de boate incendiada RS
Foto: Germano Roratto/Agência RBS)

Agentes da 1º Delegacia da Polícia Civil confirmaram a prisão de três pessoas, em caráter temporário, que são investigadas pela tragédia da boate Kiss. O incêndio deixou mais de 230 mortos , na madrugada de domingo (27), na cidade de Santa Maria, Rio Grande do Sul. Há ainda outro mandado de prisão a ser cumprido na região.

Famílias enterram vítimas de incêndio em boate de Santa Maria
Músico: "Ficamos com medo de linchamento", diz guitarrista que tocava em boate

Segundo um dos investigadores, entre os presos estão dois músicos da banda Gurizada Fandangueira e um dos sócios da casa noturna, que está internado na cidade de Cruz Alta. Ele teria sido hospitalizado após quadro de intoxicação e está sob custódia. As outras duas prisões foram realizadas em Mata.

"A prisão temporária serve para fins investigativos. Talvez, no final das investigações, não precisaremos manter isso. Se for necessário, (a prisão) poderá migrar para uma preventiva", disse Sandro Meinerz, um dos delegados responsáveis pelas investigações. O policial informou que ainda há outro mandado de prisão a ser cumprido. O nome dos presos não será divulgado para preservar os suspeitos.

Investigação

A perícia foi retomada nesta manhã nas dependências da boate. Segundo o delegado Marcelo Arigoni, um dos responsáveis pelos trabalhos no local, afirmou que "ao terminar a busca por corpos, o foco passou a ser a investigação policial". "Buscamos elucidar os fatos e culpar culpados vem como consequência".

Vítimas: Veja a lista de corpos identificados
Relato: "Vi pessoas se escondendo dentro de freezers", diz sobrevivente
Solidariedade: População prestou primeiros socorros, diz sobrevivente

Ontem, Meinerz chegou a afirmar que um dos três proprietários do estabelecimento ainda não havia sido localizado pela polícia para dar depoimento e outro já havia sido ouvido. "Um deles foi ouvido, e outro desapareceu", disse o delegado, sem detalhar o teor do depoimento.

Meinerz afirmou ainda que um dos integrantes da banda que tocava no estabelecimento - cuja apresentação supostamente teria dado origem ao incêndio, durante espetáculo de pirotecnia - foi ouvido pelos policiais que investigam o caso. Ele não forneceu detalhes desse depoimento porque não acompanhou o testemunho do músico. Outro membro da banda morreu no incêndio.

Testemunhas: Saída principal da boate estava fechada após incêndio
Vídeo: Veja imagens da tragédia em Santa Maria, no Rio Grande do Sul

Os integrantes da banda podem ser indiciados por homicídio culposo - quando não há intenção de matar. "Doloso não, culposo sim. É culpa de quem usou a pirotecnia. A banda sim (poderá ser indiciada), porque a atuação deles é que deu vazão ao incêndio e é preciso checar se eles podiam fazer aquilo ou não", afirmou o delegado em entrevista à Agência Estado.

Segundo Meinerz a faísca do sinalizador utilizado no palco pela banda foi puxada pelo exaustor da boate e isso causou o incêndio por cima da espuma, o que pode ter gerado fumaça tóxica.

Fonte: G1
 
Por:  Maratimba.com    |      Imprimir