Categoria Policia  Noticia Atualizada em 15-04-2014

Motorista não ouviu gritos de mulher arrastada por carro, diz advogado
Primeira operação, de reconstrução do tórax, deve ser feita nesta terça. “Ele não é este monstro que estão pintando”, diz advogado de motorista.
Motorista não ouviu gritos de mulher arrastada por carro, diz advogado
Foto: g1.globo.com

A mulher arrastada cerca de 800 metros por um carro deve iniciar uma bateria de procedimentos cirúrgicos no final da tarde desta terça-feira (15). Segundo a assessoria de imprensa do Hospital Regional do Alto Vale, em Rio do Sul, ainda não foi agendado horário para a primeira operação.

Por telefone, o advogado de defesa de Julio Cesar Leandro afirmou ao G1 que o caso foi uma "fatalidade". "Logicamente ele não é este monstro que estão pintando", declara Juliano Andreso Paese, em defesa do cliente. Ele afirma que o jovem não ouviu os gritos da mulher. O profissional acredita que o barulho do parachoque arrastando no pneu tenha impedido de ouvir os gritos da vítima.

Maristela Stringhini, de 40 anos, foi arrastada por um carro na madrugada de domingo (13), em Rio do Sul. Segundo o marido, Wolni José Amorim, que mora com a mulher em Lages, na Serra catarinense, o carro bateu na motocicleta em que eles estavam após um desentendimento no trânsito. O suspeito tem outra versão, mas a delegada Karla Bastos Miguel afirma que "não é possível tratar o que houve como apenas um acidente de trânsito".

Com base nas informações levantadas até o momento, ela pretende indiciar o motorista de 21 anos por tentativa de homicídio.

Primeira cirurgia

O cunhado da vítima, Alencar Donizete Correia, explicou que os médicos planejam iniciar nesta terça a reconstrução do tórax, parte do corpo em que ela perdeu uma das mamas e teve o outro seio quase completamente dilacerado, além de ter sofrido perda muscular em parte dos braços. Outros procedimentos cirúrgicos devem ser agendados para os próximos dias.

"Os médicos estavam esperando dar 48 horas para ver qual parte da pele está se recuperando e o que precisa ser removido. A preocupação dos médicos é com infecção e, por isso, eles querem fechar aquela parte logo", comenta Correia. Conforme o hospital, o estado clínico da paciente é estável. Ela está internada em uma área isolada e recebe visitas restritas para evitar o risco de infecções.

Investigação

Um taxista que presenciou o arrastamento conta que o rapaz só parou depois dele o seguir e gritar para parar. A mulher foi encontrada embaixo do veículo, com várias queimaduras na parte frontal, os seios dilacerados e o capacete com a parte de cima decepada.

A delegada aguarda os resultados da perícia feita no local e as câmeras de monitoramento solicitadas para dar prosseguimento às investigações. Esta semana ela está ouvindo testemunhas e já conversou com a vítima internada, além do noivo dela e do jovem que dirigia o carro.

O advogado do motorista afirma que também aguarda os resultados da perícia e as imagens gravadas pelas câmeras de monitoramento instaladas na rua onde ocorreu o acidente. Além disso, ele afirma estar acompanhando todos os depoimentos prestados e questiona as informações relatadas pelo noivo e taxista. "Espero os resultados da perícia para entender como a colisão aconteceu do lado esquerdo e o taxista disse que ela estava no lado direito. E como ela ficou entre o pneu e paralamas se há um espaço menor do que uma pessoa", pontua.

Versões diferentes

"Esse rapaz me ultrapassou pela direita com a Saveiro, se perdeu e foi parar dentro do jardim. Passei por ele e só gritei "você está louco", mas não houve discussão nenhuma. Quando entrei na Avenida Carlos Gomes, ele veio propositalmente e bateu na traseira da moto. Na hora, minha esposa caiu, ele passou por cima da moto, com ela, e, provavelmente, o capacete enroscou embaixo do carro", lembrou o marido.

Já a versão do jovem é diferente. Conforme Paese, "ele estava em um cruzamento e ao convergir à esquerda foi surpreendido pela moto. Assustado, ele fez uma manobra abrupta e subiu o meio-fio. Nisso, parachoque quebrou e começou a raspar no pneu". O advogado alega que o dano no veículo gerou um barulho muito grande.

"Quando ele convergiu novamente, o motociclista começou a bater no vidro e ele não entendeu o que o noivo dela queria, por isso ele acelerou e acabou colidindo do lado esquerdo, onde têm marcas da pintura da moto". Paese comenta que o cliente dele ficou com medo de parar porque estava ocorrendo um encontro de motociclistas na cidade e ele pensou que chegariam mais pessoas de moto.

"Ele fugiu para garantir sua integridade física e não percebeu em nenhum momento que a mulher estava sendo arrastada", afirma o advogado. Juliano Andreso Paese também ressalta que o cliente não havia bebido. Ele saiu do trabalho às 22h de sábado e retornaria ao plantão na farmácia da família às 9h de domingo. "Foi uma fatalidade. O caminho que será tomado agora é aguardar os resultados para depois se posicionar", conclui.

Fonte: g1.globo.com
 
Por:  Maratimba.com    |      Imprimir