Categoria Geral  Noticia Atualizada em 30-06-2014

Justiça concede liberdade provisória a PM que disparou contra motocicleta
Policial deixou presídio e deve desempenhar serviços administrativos. Atriz morreu no HR de Presidente Prudente após ser atingida no tórax.
Justiça concede liberdade provisória a PM que disparou contra motocicleta
Foto: g1.globo.com

A Justiça concedeu liberdade provisória ao cabo da Polícia Militar Marcelo Coelho, acusado de disparar contra uma motocicleta em um bloqueio policial, em Presidente Prudente, e matar a atriz e produtora Luana Barbosa, de 25 anos. O militar responderá ao processo em liberdade, segundo o advogado dele Francisco Lozzi.
O policial deixou o Presídio da Polícia Militar "Romão Gomes", em São Paulo, neste domingo (29) e, segundo nota do 18º Batalhão da Polícia Militar no Interior (BPM-I), ele deve ser empregado no serviço administrativo no quartel durante as investigações.

A morte da atriz aconteceu na última sexta-feira (27), durante uma abordagem policial que ocorria na Avenida Joaquim Constantino. De acordo com a polícia, a moto, conduzida pelo namorado de Luana, Felipe Barros, de 29 anos, tentou furar a blitz e houve um disparo em circunstâncias ainda a serem apontadas em inquérito aberto pela Polícia Militar. O tiro atingiu a atriz no tórax e ela morreu no Hospital Regional, após atendimento do Corpo de Bombeiros.

De acordo com o boletim de ocorrência, o cabo Coelho afirmou que o disparo foi acidental e que Barros havia jogado a moto em cima dele. Ainda segundo o depoimento do policial, ele se colocou em frente ao veículo e o capacete do motociclista bateu em sua mão, havendo o disparo.

Já o namorado da vítima alegou que tentou passar pela blitz pois estava com a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) suspensa. O advogado dele, Wellington Alcântara afirmou que Barros teve problemas no freio da moto e negou que ele tenha tentado passar pelos policiais. "O pedido para responder em liberdade é comum nestes casos. Estamos acompanhando a situação e, por enquanto, o trabalho ocorre de forma clara", afirmou.

O caso

A Polícia Militar, que investiga o caso por se tratar de um homicídio culposo, em que não há intenção de matar, tem 40 dias, prorrogáveis por mais 20, para concluir o inquérito. A arma foi apreendida e periciada. Segundo o boletim de ocorrência, a cápsula da bala ficou presa na arma no momento disparo.
"Vamos aguardar os laudos periciais feitos pela Polícia Científica de Presidente Prudente e a conclusão do inquérito da Polícia Militar para definir o que aconteceu", disse Lozzi. Coelho estava na PM há 23 anos.

Atriz e produtora cultural

Luana foi enterrada no último sábado (28), em Rancharia, onde nasceu. Ela morava em Presidente Prudente há cerca de cinco anos, para onde se mudou após concluir a faculdade de teatro em Curitiba (PR). Ela era integrante da Federação Prudentina de Teatro e Artes Integradas (FPTAI) e fundou o grupo circo e teatro de rua Os Mamatchas.

Ela era considerada pelos amigos como uma pessoa de coragem. "Ela era pau para toda obra, era uma pessoa muito para frente. Quem escolhe viver de arte tem que ter coragem. E ela tinha isso", disse o amigo e integrante da federação Thiago Munhoz.
O velório foi marcado pela emoção de amigos e familiares. "Nós perdemos um exemplo de alegria e dedicação à arte. Eu perdi uma filha", disse o arquiteto Milton de Almeida, tio de Lua, como era conhecida.

Fonte: g1.globo.com
 
Por:  Emella Simões    |      Imprimir