Categoria Geral  Noticia Atualizada em 18-02-2012

Campanha de proteção de crianças e adolescentes é lançada no Recife
Lançamento da Liga de Proteção contou com a ministra Maria do Rosário. Ação, presente em 19 capitais, luta contra exploração e violência sexual.
Campanha de proteção de crianças e adolescentes é lançada no Recife
Foto: g1.globo.com

"Todas as crianças esperam de nós, que somos adultos, o cuidado, a atenção e a proteção diante do turismo e exploração sexual". As palavras são da ministra Maria do Rosário Nunes que veio ao Recife para o lançamento da Liga da Proteção, campanha presente em 19 capitais brasileiras de enfrentamento da exploração e violência sexual contra crianças e adolescentes. A cerimônia foi na sede do Galo da Madrugada, nesta sexta-feira (17).

Visando mobilizar toda a sociedade, a Liga é um trabalho integrado entre os governos federal, estadual e municipal. "Nós sabemos que a integração dos governos é um dos principais passos para a proteção de nossas crianças e adolescentes. Esse crime [a exploração e violência sexual de crianças e adolescentes] acontece em todo o país, seja no interior do Amazonas, seja no interior do Rio Grande do Sul, temos que estar todos atentos", defende a ministra.

As ações são de sensibilização da população para o problema. No Recife, dez grupos teatrais e cinco de hip hop foram organizados pela prefeitura para percorrer os polos do carnaval, conscientizando às pessoas. "Quem é que lê papel no carnaval? Esse trabalho corpo a corpo surte muito mais efeito. Os grupos de hip hop vão recitar cordéis de defesa das crianças e adolescentes que foram escritos por alunos do bairro de Santo Amaro", conta a secretária de Direitos Humanos do Recife, Amparo Araújo.

A embaixadora da Liga de Proteção, a cantora Fafá de Belém, lembra que todos devem dar atençao especial. "As crianças e adolescentes são alegres, receptivos. Tem gente que se aproveita disso para roubar deles a alegria de toda uma vida. Nós temos que estar atentos no carnaval, mas temos que estar atentos todos os dias da nossa vida. Nós, mães, cidadãos, temos que confiar na nossa intuição. Achou uma situação estranha, denuncie. Não vamos pecar por omissão", pede Fafá.

As denúncias podem ser feitas, de forma gratuita, pelo telefone 100. "No momento em que nós estamos brincando o carnaval mais uma vez queremos dizer para o mundo inteiro que as nossas crianças e adolescentes são cuidadas e protegidas. Se achar uma situação estranha, denuncie. Temos equipes de plantão em Brasília que repassam as informações na mesma hora para os munícipios", explica a ministra.

"A lei no Brasil é clara e rígida. O turismo não tem nada a ver com exploração sexual, pessoa que se diz turista e vem abusar das crianças não é um turista, é um criminoso", afirma a ministra, que promete estar de plantão junto com as equipes no Disque 100 durante o carnaval. "A pessoa não precisa se identificar, basta denunciar", acrescenta Maria do Rosário.

Inclusão social

Além de proteger as crianças e adolescentes, é preciso pensar também na inclusão social daqueles que são especiais. O lançamento da campanha contou ainda com a presença de um grupo de maracatu formado por pessoas portadoras da síndrome de Down - Maracatu Batuque da Associação de Pais, Amigos e Pessoas com Deficiência do Banco do Brasil (APABB). "Isso é uma das coisas pelas quais lutamos, crianças incluídas no projeto de carnaval e de vida, somos todos iguais na diferença", defende Maria do Rosário.

Anfitrião da cerimônia de lançamento da campanha, o presidente do Galo da Madrugada, Rômulo Menezes, defende que as ações de proteção têm que ser continuadas, não apenas no carnaval. "Temos que dar condições para essas crianças crescerem em um ambiente saudável, com oportunidades. Temos que orientá-las desde novas", acredita Rômulo.

Essa inclusão faz parte da luta pelos direitos humanos, temática que vai estar presente também no Galo da Madrugada, no trio elétrico da Secretaria Estadual de Direitos Humanos, comandado pelas cantoras Cristina Amaral e Lia de Itamaracá. "Essa é uma luta de todos nós. As pessoas precisam se apropriar do desenvolvimento econômico do estado e a bandeira dessa apropriação são os direitos humanos. Além do trio, vamos ter o Bloco da Diversidade e o Camarote da Inclusão, com acessibilidade para receber pessoas com dificuldade de locomoção", conta Laura Gomes, secretária estadual de Direitos Humanos.









Fonte: g1.globo.com
 
Por:  Caroline Costa    |      Imprimir