Categoria Geral  Noticia Atualizada em 31-03-2008

Brasileira ligada à queda de governador nega prostituição
De volta ao Brasil, Andréia Schwartz afirmou que errou ao cobrar para dar entrevistas.
Brasileira ligada à queda de governador nega prostituição
Foto: G1

A brasileira Andréia Schwartz, de 33 anos, nasceu no Espírito Santo e fez fortuna em Nova York. Depois de ter sido deportada dos Estados Unidos, depois de tanto mistério e fugas da imprensa, ela, de volta ao Brasil, garante que "nunca trabalhou para uma rede de prostituição". "Claro, ninguém é santo. Já disse isso antes e é verdade", ressaltou.
Uma das primeiras providências foi mudar o visual. "Eu fui na minha cabeleireira e ela me disse: ‘Vamos mudar este look,esse jeito, que aí ninguém vai te conhecer", contou. Contudo, ela não gostou da mudança. Mas esse não é o seu único arrependimento. Andréia acredita que voltou mal-orientada e que errou ao pedir dinheiro para dar entrevistas. "Você só vai dar entrevista se as pessoas pagarem. Eu estava indo no conselho dos meus próprios advogados", disse.

Receita de sucesso
Em duas horas de entrevista, ela mostra que não perdeu a pose, mas deixou para trás uma vida de gente rica. Em Nova York, onde diz que trabalhou como modelo por cinco anos, Andreia comprou apartamento de US$ 1,5 milhão, tinha dinheiro investido em ações e freqüentava os lugares mais caros. A receita do sucesso financeiro?

"Uma pessoa apresentando outra. Você vai em festas. Você tem personalidade. Você é uma pessoa sociável. Acho que isso aí ajuda muito", explica.

Mas lá mesmo, nos Estados Unidos, Andreia Schwartz perdeu tudo, depois de ser acusada de ficar milionária com exploração sexual. Ao ser questionada sobre comandar uma rede de prostituição em Nova York, ela nega. "Isso é uma loucura! Não, não tinha rede nenhuma."

"Eu conhecia essas mulheres lindas, daí falavam, só andava com mulheres bonitas. Aí, claro, eu apresentava. Mas assim: nunca foi uma troca de dinheiro", completou.
Mas não foi isso o que entendeu a Justiça americana. Andreia foi presa em 2006, acusada de vender serviços de prostituição e por posse de drogas. Teve os bens confiscados, passou quase dois anos na cadeia. Atualmente, ela alega que foi pressionada para confessar os crimes.

"Eu estava desesperada. É a sua palavra contra a dos policiais. Eu sou uma estrangeira brasileira", destacou.

Desde que chegou a Vitória, Andreia Schartwz tem dormido na casa de amigos. Evita sair até mesmo à noite. E ainda vive a maior parte do tempo presa ao passado. O tema central das conversas: o escândalo sexual que derrubou o governador de Nova York. "Eu sabia que ele era envolvido com modelos, porque as modelos inclusive eram as minhas conhecidas", contou.

Uma investigação do FBI, a Polícia Federal americana, comprovou que Eliot Spitzer, governador de Nova York, gastou muito dinheiro com prostitutas de luxo. Uma delas era a americana Ashley Dupre, de 22 anos, que cobrava US$ 1 mil por hora de serviços prestados.

As ligações de Eliot Spitzer com a rede de prostituição representaram um golpe fatal na imagem de austeridade do governador de Nova York. Casado há 21 anos e pai de três filhas, Spitzer não resistiu ao constrangimento e renunciou no começo do mês.

Andréia afirma não ter nenhuma participação na queda do governador. "Nada. A não ser, eu diria, o relacionamento que eu conhecia de pessoas envolvidas com o governador, mas eu não tive participação assim... Eu creio que não tive participação nenhuma para derrubar ninguém", insistiu.

Fonte confidencial
Não é o que dizem conhecidos jornais americanos. O "New York Post", por exemplo, publicou que a brasileira foi fonte confidencial das autoridades que investigaram o governador. De acordo com o jornal, Andréia Schwartz trabalhou para a mesma rede de prostituição de luxo que tinha Eliot Spitzer como cliente.

"Te chamar de cafetina, prostituta, confissões que eu não fiz. Entendeu? Isso dá um ressentimento", disse.

Ainda segundo o "New York Post", Andréia ajudou a policia a decifrar os documentos que vincularam o governador ao esquema ilegal de exploração sexual. Já sobre este assunto, ela prefere silenciar. "Não posso comentar sobre isso, perdão. Talvez atrapalharia agora nas investigações", declarou, ao ser questionada sobre alguma prova que incriminaria o governador. Em seguida, confirmou que foi orientada a não dizer nada sobre esse assunto.

Tanta cautela tem motivo. Ex-sócios e amigos de Andréia nos Estados Unidos contrataram advogados, peritos e detetives particulares em Nova York. Eles trabalham para levantar eventuais falhas no processo criminal que levou a brasileira para a cadeia.

A estratégia da defesa de Andréia é reabrir o caso, tentando provar que ela foi vítima de preconceito e perseguição. "Primeiro, como ela disse, para resgatar a dignidade dela e obviamente de reaver seu patrimônio", disse Arthur Stephan, advogado de Andréia.

Proibida de pisar nos Estados Unidos pelos próximos dez anos, Andréia Schwartz quer se aventurar em novos negócios no Brasil. Pensa em abrir uma empresa de importação e exportação. "Já que eu falo inglês e italiano. Tenho alguns contatos fora. Seria Europa, né? Inglaterra, talvez Arábia Saudita. Para fazer alguma coisa de importação e exportação", contou.

No Brasil, a futura empresária só não definiu ainda que tipo de mercadoria vai vender. Mas acredita que não vai demorar muito para recuperar a vida de conforto, luxo e viagens caras.

Brasileira ligada à queda de governador de NY nega elo com prostituição
De volta ao Brasil, Andréia Schwartz afirmou que errou ao cobrar para dar entrevistas.
E garantiu que não teve participação na queda do governador de Nova York.

Fonte:

Acesse o G1

 
Por:  Alexandre Costa Pereira    |      Imprimir