Categoria Esportes  Noticia Atualizada em 11-08-2010

Os meninos de Mano
Nas duas últimas décadas, o Brasil não havia conseguido estréia tão convincente sob direção de um novo treinador. Ontem, em Nova Jersey,
Os meninos de Mano
Foto: Globo Esporte


Nas duas últimas décadas, o Brasil não havia conseguido estréia tão convincente sob direção de um novo treinador. Ontem, em Nova Jersey, no início da caminhada de Mano Menezes, o time visitou os Estados Unidos e, convincentemente, fez 2 a 0. Gols de Neymar, de cabeça, e de Alexandre Pato, que só não entrou com bola e tudo porque teve humildade. Foi bom reencontrar a Seleção Brasileira, após anos de ostracismo, penumbra e, descontados alguns momentos isolados, de absoluta sisudez. E, mais do que tudo, o time conseguiu resgatar as raízes do nosso futebol, com alegria, criatividade e irreverência (responsável) aliada à modernidade de uma escalação que privilegiou quem joga bola e um esquema contemporâneo, com pelo menos quatro jogadores na frente.



Foi perfeito. Mas nem sempre será assim. É evidente que o grupo de Mano Menezes passará por oscilações. Perderá de vez em quando. Será criticado (inclusive por mim, quando merecer). E terá problemas. Mas contra os Estados Unidos foi divertido e reconfortante vê-lo em ação. Mano foi esperto ao apostar no trio dos ex-santistas (Robinho, Neymar e Ganso), sendo que os dois garotos, destaques da Seleção, jogaram tanto e com tamanha qualidade, que pareciam no conforto da Vila Belmiro. É o Brasil, ainda com Pato, de novo motivado, feliz e incorporado ao estilo dos Meninos de Mano. E com Ramires e Lucas, volantes-apoiadores, que marcam, mas sabem passar uma bola e fazer assistências, como a de Ramires, no segundo gol do jogo, marcado por Pato.


Todos esses elementos resgatam nossas origens. E, se preservados, chamarão de volta o torcedor brasileiro. Que também se regozijará com o lado moderno do time. Mano arrumou dois zagueiros (Thiago Silvae David Luiz), que também defendem e saem para o jogo como volantes. André Santos provou que seria a melhor opção de lateral-esquerdo para a Copa. E, no esquema. Mano aderiu ao padrão moderno europeu. O Brasil entrou com um saudável 4-2-1-3, com Lucas e Ramires como volantes-meias, Ganso na ligação, Robinho aberto na direita, Pato se movimentando pelo meio, e Neymar na esquerda. Perfeito e confortável para quem vê (e torce). Sabemos que o time não será invencível, mas, com certeza, faz muito mais bem à saúde e ao nosso bem estar.

 
Por:  Joilton Cândido Vasconcelos    |      Imprimir