Categoria Esportes  Noticia Atualizada em 05-09-2011

Ronaldinho desafia timidez para ser líder
Ronaldinho terá que superar a timidez para comandar jovens como Neymar
Ronaldinho desafia timidez para ser líder
Foto: esportes.terra.com.br

A volta de Ronaldinho movimentou a Seleção Brasileira. Desde a sua apresentação, na sexta-feira, o meia-atacante recebeu elogios de todos os jogadores que concederam entrevistas, ouviu gritos de torcedores que subiram no muro para acompanhar treinamentos e virou o centro das atenções para a partida contra Gana, nesta segunda-feira, às 15h45 (de Brasília), no Estádio Craven Cottage, em Londres. Mas ainda se acostuma com um grupo de "estranhos" no qual se entrosará com a missão de ser líder.

Ronaldinho não tem o perfil de comandar grupos no futebol. É tímido, fala pouco em campo, reluta para conceder entrevistas e anda com a cabeça baixa constantemente. O papel de "referência" reservado a ele, segundo o próprio técnico Mano Menezes, fica restrito às quatro linhas. "Ele vem demonstrando no Flamengo uma capacidade de ser um líder positivo dentro do campo, um líder técnico, e isso é positivo para o momento que vivemos na Seleção Brasileira", afirmou.

Esta é a terceira vez que Ronaldinho será desafiado a ser líder dentro da Seleção. Na primeira, em 2005, recebeu a missão de Carlos Alberto Parreira na Copa das Confederações da Alemanha. Referência em um grupo jovem, comandou dentro de campo o time rumo ao título, mas fora dele, segundo o próprio Parreira, tinha uma influência reduzida por tamanha introspecção.

Na Olimpíada de 2008, em Pequim, Ronaldinho recebeu de Dunga uma das três vagas reservadas a maiores de 23 anos. Teve desempenho regular, sem brilho, e ficou fora da Copa do Mundo de 2010 quando vivia instabilidade técnica.

Agora, Ronaldinho encontra um grupo praticamente de estranhos. Ausente nos últimos anos da Seleção, teve contato e relacionamento com poucos jogadores presentes no grupo de Mano Menezes. Thiago Silva, Júlio César, Lúcio e Alexandre Pato são os mais próximos ao jogador.

Logo em sua apresentação à Seleção, encontrou jornalistas ansiosos por declarações do novo líder. Tentou driblar os microfones e falou poucas palavras, que construíram frases curtíssimas, dentro do elevador do Hotel Syon Park. À tarde, no primeiro treino, recebeu os cumprimentos dos companheiros, ouviu as instruções de Mano e ficou observando por longo tempo, sentado à beira do campo, o treino de finalizações.

Nos dias seguintes se soltou mais. Carismático, exerce fascínio nos mais jovens, muitos, fãs de longa data do meia-atacante. "O Ronaldinho é um grande jogador, um grande ídolo, eu mesmo sou fã dele. É uma grande pessoa que pude conhecer também", disse Leandro Damião, um de seus companheiros de ataque nesta segunda-feira.

Com a promessa de ser chamado com frequência a partir de agora por Mano, Ronaldinho terá tempo para pegar intimidade com a nova geração. E se preparar para a pressão que inevitavelmente sofrerá por ser o rosto mais conhecido da atual Seleção. Neste caso, terá de demonstrar uma postura mais firme, até como forma de proteger os mais novos. Lúcio continua com a braçadeira de capitão, mas o líder de cobranças usará cabelos mais longos.

Fonte: esportes.terra.com.br
 
Por:  Wellyngton Menezes Brandão    |      Imprimir